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Direto das Ruas

Mau cheiro atinge Campo Grande pela segunda vez em 2025

Moradores fecham portas e janelas, mas não escapam de odor fétido

Por Gustavo Bonotto | 14/03/2025 21:30
Mau cheiro atinge Campo Grande pela segunda vez em 2025
Apesar do cheiro desagradável, Capital tem poucas nuvens e segue sem rastros de fumaça pelo céu. (Foto: Maristela Brunetto)

Moradores de diversas regiões de Campo Grande sofrem com forte mau cheiro que atinge parte da capital sul-mato-grossense durante a noite desta sexta-feira (14). Entre os relatos, está a suposição de que o odor fétido pode ser oriundo de um frigorífico localizado na rodovia BR-060, saída para Sidrolândia. Caso confirmado, este é o segundo caso do ano.

A administradora Bárbara Campos é uma das reclamantes. Pelo Direto das Ruas, canal de interação entre a redação do Campo Grande News e os leitores, a moradora do Bairro Vila Bandeirantes relata que o mau cheiro se espalhou por volta das 18h30.

"Cheguei do trabalho e comecei a fazer uma faxina em casa. Quando saí para cuidar da máquina [de lavar], senti o cheiro forte. É azedo e ácido, incomoda. Como se fosse curtume", disse Bárbara, que reside em um residencial na Rua Vicente Solari.

Outro relato veio da região central. O engenheiro Lucas Jara afirmou que o odor afetou a rotina de estudos. "Fechei as portas de casa e as janelas. Mesmo assim, o cheiro se espalhou. Nunca senti algo assim, parece tóxico. Não tem fumaça nem nuvem que mostre a origem desse futum. Chega a ser curioso, mas precisa ser revisto pela segurança e bem-estar", explicou.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do frigorífico para questionar a origem do forte odor. Até o momento, não foi encaminhada nota de retorno sobre a situação. A Prefeitura de Campo Grande também foi consultada, mas não se manifestou.

Relembre – Esta é a segunda onda de odor fétido que atinge Campo Grande em 2025. A primeira, em 30 de janeiro, atingiu bairros como Santo Amaro, Vila Carmélia, Coophatrabalho, Bandeirantes, Taveirópolis, parte da Vila Planalto e Centro. À época dos fatos, o frigorífico também era especulado como fonte do mau cheiro.

Relatório datado de outubro de 2024, feito pelo Daex (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução), do MP (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), identificou que odor similar ao relatado era produzido em setor responsável pela farinha usada na alimentação dos bovinos. “Embora a empresa tenha tomado providências, o mau cheiro continua sendo alvo de grande clamor social, afetando não apenas moradores próximos ao frigorífico, mas também bairros vizinhos em determinados dias”, aponta a promotora na ação", relatou a promotora Luz Marina Borges.

Moradores da região relatam que o odor desagradável é frequente. O MP e o Imasul (Instituto Estadual de Meio Ambiente) realizaram inspeções e encontraram diversas irregularidades, como:

  • Extravasamento de efluentes: canos estavam em condições precárias, sem vedação e coberturas adequadas, contribuindo para a liberação de odores.
  • Aberturas nas paredes laterais: permitiam a dispersão de gases resultantes do processo produtivo.
  • Falhas no sistema de exaustão: vazamento frequente de fumaça, indicando mau funcionamento na filtragem dos gases.

A ação tramita na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, sob responsabilidade do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa. A reportagem procurou o frigorífico sobre a ação civil que cobrou cortina arbórea no entorno da unidade, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para declarações futuras.

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