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Capital

Rotina de crimes prova que crack é “maior inimigo” de Campo Grande, diz delegado

Titular das Depacs, Rodrigo Camapum participou do podcast Na Íntegra na manhã desta quarta-feira (29)

Por Bruna Marques | 29/05/2024 14:11
Usuários de droga que vivem na região da antiga rodoviária de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Usuários de droga que vivem na região da antiga rodoviária de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Casos de furtos registrados diariamente nas delegacias de Campo Grande, fazem do crack “maior inimigo da sociedade”. Isso porque, geralmente são usuários de drogas que cometem os crimes para a manutenção do vício, segundo o delegado das Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário), da Capital, Rodrigo Camapum.

Camapum é titular das Depacs, as unidades que mais registram esses crimes, e teve um bate-papo com o Campo Grande News durante o podcast “Na íntegra”, na manhã desta quarta-feira (29). Confiante que usuários de drogas podem sim ser “recuperados”, ele afirma que se o poder público investir em tratamento, muitos delitos seriam evitados no Estado.

“Acredito que o crack seja um dos maiores inimigos que temos na sociedade, porque percebemos que a maior quantidade de registro que temos é o de furto. Se conseguirmos realmente amenizar esse problema do crack reduziríamos muito os crimes e traríamos mais segurança para a sociedade. Esses indivíduos são recuperais sim e acredito que essas políticas de prevenção ao uso de drogas e até mesmo a retirada dessas pessoas do vício reduzimos furtos, roubos, receptação, tráfico de droga”, relatou o titular.

Ainda conforme citado por Camapum, usuário de crack que são conduzidos para a delegacia não tem autodeterminação. “Percebo isso quando faço o interrogatório de um indivíduo que acabou de furtar um fio, que realmente está drogado ou em crise de abstinência.  Juridicamente não deveria responder pelo crime de furto, já que ele não tem essa autodeterminação, ele precisa ser internado, o Estado precisa cuidar dele, ele é um doente”, expõe.

Adotando um método de trabalho humanizado, Rodrigo confia que dependentes químicos “recuperados”, tem muito a contribuir para uma sociedade melhor. “Quando tratamos um usuário, após sair desse vício ele é um indivíduo que vai contribuir para nossa sociedade, nossa sociedade progride com união de força. Enquanto estivermos políticas que permitem o uso e abuso desse tipo de droga, nossa sociedade terá uma coisa que freia esse progresso”, declarou.

Atendimento humanizado – Pensando em atender da melhor forma vítimas de crimes, Camapum anunciou que o paisagismo e atendimentos nas Depac serão modificados. Novos setores serão criados e policias passarão por treinamento.

“O contribuinte que chega na delegacia ele não vai ali para passear, vai porque teve um direito violado, ele vai por necessidade, por isso, visando em amenizar esse sofrimento interno nós estamos fazendo algumas modificações no visual da delegacia. Na entrada da Depac Cepol será feito um novo visual, para que o usuário pelo sentido da visão se sinta acolhido e cuidado pelo Estado”, revelou.

Já na Depac Centro, localizada na Rua Padre João Crippa, região central de Campo Grande, será implantado um núcleo para atendimento prioritário. “A ideia é que temos agora e que provavelmente na semana que vem já vai ser iniciado é realizar um setor que atenderá idosos, pessoas com deficiência e gestantes. Os policias farão treinamento e teremos ali um ambiente destinado justamente ao atendimento dessas pessoas”, finalizou.

Delegado Rodrigo Camapum durante bate papo no podcast "Na Íntegra" (Foto: Marcos Maluf)
Delegado Rodrigo Camapum durante bate papo no podcast "Na Íntegra" (Foto: Marcos Maluf)

A entrevista completa com o delegado Rodrigo Camapum você confere no Na Íntegra podcast. Acesse o link para ter acesso ao conteúdo.

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