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Capital

Roubos e furtos aumentam, mas polícia garante adotar medidas para a redução

Luana Rodrigues | 20/09/2015 08:04

Contra fatos, não há argumentos. Mas, apesar do aumento no número de roubos e furtos na Capital, a polícia garante que está empenhada no combate ao crime e atribui o aumento das ocorrências a inúmeros fatores, inerentes ao trabalho que vem sendo realizado pela Polícia Civil.

Em entrevista ao Campo Grande News, a diretora do departamento de Polícia Civil da Capital, Sidneia Catarina Tobias, explica que para conter os crimes e também solucioná-los com maior agilidade, a polícia está adotando prioridades. A investigação de homicídios vem em primeiro lugar, seguido dos roubos com violência e depois os furtos e demais crimes. "Qual é o nosso bem primordial? a vida, por isso essa prioridade. Mas nem por isso esquecemos os outros crimes. Nenhuma ocorrência registrada fica sem providência, não importa o que seja, o delegado instaura o inquérito e é investigado normalmente", afirma a diretora.

Os casos de roubos e furtos são investigados pelos sete distritos da Polícia Civil da Capital, além das duas Depac's(Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) e das duas delegacias especializadas. Além disso, conforme a diretoria, há três meses, uma equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais) passa a investigar o caso no mesmo dia em que o crime é registrado, muitas vezes na mesma hora. "Os delegados acionam essa equipe e isso tem surtido resultado, porque muitos crimes acabam sendo solucionados imediatamente", disse.

Mas então porque, mesmo com o trabalho da polícia, o número de crimes vem aumentado? Com 25 anos de experiência na PC, a diretora aponta três questões como sendo fundamentais para que as estatísticas aumentem ou diminuam. "Nem tudo depende da polícia, nesse processo existem questões importantes que devem ser levadas em conta", considera.

Brechas da lei - Conforme a diretora, um dos principais fatores para a incidência de crimes, apesar do trabalho da Polícia, é o fato de a lei permitir que muitos bandidos sejam soltos no mesmo dia em que cometem os crimes. "Não é a polícia, não é o judiciário, não é o Ministério Público, é uma questão de legislação. Em crimes de menor potencial, o autor pode sim receber a liberdade no mesmo dia que comete os crimes. Por isso o papel dos legisladores é tão importante", explicou.

Questão social - A situação carcerária e de medidas socioeducativas precárias, também colaboram para com a criminalidade, segundo Sidneia. "A pessoa sai do presídio sem nem R$ 1, sem nenhuma assistência, na maioria das vezes não tem nem como voltar para casa, isso com certeza pode ser um motivo para que ela volte a cometer crimes", explicou.

Vitimologia - Cansadas, desatentas, ou atentas a tudo, menos a aquilo que se passa ao redor, as vítimas acabam sendo "alvo-fácil" para os bandidos. "Em um estudo recente, percebemos que a maioria das vítimas contribuem sem querer para com a facilidade de o autor cometer o crime, por mais que se oriente”, conta. A diretora explica que a maioria das vítimas são "pegas" no fim do dia, quando estão cansadas saindo do trabalho, ou quando estão em bares e festas, ou até quando estão atentas a seus celulares, mexendo nos inúmeros aplicativos, tudo isso contribui, colabora, facilita para o criminoso.

Novas ações- Numa tentativa de reverter a atual situação, a diretora afirma que a Polícia Civil aposta na prevenção. "Sabemos da necessidade de um trabalho de prevenção melhor, mas estamos atentos e já tomamos medidas para melhorar, como por exemplo, identificar os locais onde há maior incidência de crimes, por isso a importância das denúncias". Sidneia afirma que Polícia Civil e Polícia Militar devem fazer um trabalho em conjunto. Além disso, delegados e policiais estão recebendo melhor preparo e qualificação para atuarem de maneira preventiva.

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