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Capital

Santa Casa espera “consenso” para resolver salário dos servidores

Santa Casa pediu repasse de R$ 1,5 milhão à prefeitura da Capital, que segue relutante

Guilherme Correia e Cleber Gellio | 28/09/2022 10:53
O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Heitor Rodrigues Freire. (Foto: Marcos Maluf)
O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Heitor Rodrigues Freire. (Foto: Marcos Maluf)

Presidente da Santa Casa de Campo Grande, Heitor Rodrigues Freire, afirmou ao Campo Grande News nesta quarta-feira (28) que se não houver consenso entre os entes municipal e estadual até sexta-feira, em relação ao custeio do hospital, a instituição filantrópica de saúde não terá como pagar os salários no mês de setembro.

Se até depois de amanhã não tiver assinatura de contrato que estamos postulando há cinco meses, não teremos recurso para pagar o salário deste mês. Além do reajuste, vai ficar sem pagamento. Se não tem contrato, não tem recurso", afirmou Freire.

Ele ressalta que amanhã será feita audiência de conciliação com os sindicatos da categoria. Os trabalhadores de enfermagem da instituição estão em greve desde a manhã de hoje. Conforme o presidente, foi estipulado que 50% dos profissionais sigam em regime de trabalho.

"A situação exige que haja uma graduação do atendimento. O paciente não pode ser prejudicado. Então, nós temos feito uma escala de serviço, mas nós temos a falta de assinatura."

Freire afirma que foram feitas cinco reuniões com a administração municipal, incluindo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), mas que não houve consenso.

Ele ressalta que o mesmo repasse é feito desde 2019, desconsiderando aumento na inflação e outros fatores. “Esses valores do nosso contrato não são corrigidos desde 2019. Estamos vendo o que está acontecendo desde 2019 para cá. Tivemos pandemia, uma elevação imensa no custo de medicamentos. Como sobrevivemos? Porque buscamos recursos na rede bancária, mas agora não dá mais.”

Enfermeiros em frente à entrada da Santa Casa de Campo Grande, nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)
Enfermeiros em frente à entrada da Santa Casa de Campo Grande, nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)

Greve - Hoje, setor da enfermagem da Santa Casa, maior hospital do Estado, cumpriu a promessa e deflagrou greve. Ontem, decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) proibiu a paralisação, com multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

A expectativa do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), no entanto, é derrubar a liminar e, inclusive, o TRT marcou audiência de conciliação para amanhã à tarde. A direção do sindicato recebeu a notificação judicial nesta manhã.

A justificativa para manter a greve é de que o processo foi feito de acordo com a legislação, com a comunicação prévia aos órgãos responsáveis. Com 1,4 mil profissionais, a enfermagem da Santa Casa cobra reajuste de 10,16% retroativo a maio, mês da data-base. A remuneração atual é de R$ 1.750 para técnico de enfermagem e R$ 4,1 mil para enfermeiro padrão. Durante a greve, as escalas terão 50% dos enfermeiros trabalhando.

Enfermagem da Santa Casa entrou em greve nesta manhã; 50% dos profissionais ainda trabalham. (Foto: Marcos Maluf)
Enfermagem da Santa Casa entrou em greve nesta manhã; 50% dos profissionais ainda trabalham. (Foto: Marcos Maluf)

Repasse - Prefeitura alega estar impossibilitada de ampliar repasse solicitado pela Santa Casa. O hospital diz que R$ 28 milhões são insuficientes para manter administração do serviço e propôs que Estado pagasse outros R$ 3 milhões e que município custeasse R$ 1,5 milhão. Reportagem questionou o ente municipal nesta manhã e aguarda retorno.

Em 2019, o hospital recebia R$ 23,936 milhões por mês em recursos para custear seu funcionamento. Esse mesmo valor foi praticado não apenas em 2019, mas mantido também em 2020, 2021 e 2022, mesmo com o aumento da inflação ao longo dos últimos anos.

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