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Capital

Sem estacionamento, universitários sofrem com onda de furtos

A Unigran informou que apesar dos relatos encontrados, nenhum aluno chegou a acionar a instituição

Geniffer Valeriano | 05/09/2023 17:29

Sem opções de estacionamento com segurança, alunos da Unigran (Universidade da Grande Dourados) que estudam no campus da Capital, na Rua Abrão Júlio Rahe, relatam uma onda de furtos na área central. Comerciantes da região confirmam a sensação de insegurança.

Geovanna Cerveieri, de 20 anos, foi uma das estudantes que tiveram o carro furtado. Ao conversar com os colegas, ficou sabendo que outros alunos já haviam passado pela mesma situação e que os furtos acontecem com certa frequência na região. Apesar de a universidade ter estacionamento próprio, o local é de uso permitido para funcionários e colaboradores.

Na noite do dia 17 de agosto, a estudante havia deixado o seu Chevrolet Corsa estacionado na Rua Pedro Celestino, próximo a uma escola, por volta das 19h quando começou a aula. Duas horas depois, ela voltou para ir embora, mas o carro não estava no local.

“Esse era o meu primeiro carro, eu comprei com o meu dinheiro, ia fazer um ano agora. Eu sempre trancava bem, conferia várias vezes se estava trancado, porque eu tinha um som automotivo, então sempre tirava de vista o que podia chamar atenção. Agora, estou indo e voltando para as aulas de ônibus e de carona”, contou.

Sem estacionamento, veículos de alunos são deixados em torno da universidade (Foto: Juliano Almeida)
Sem estacionamento, veículos de alunos são deixados em torno da universidade (Foto: Juliano Almeida)

No dia seguinte ao furto, Geovanna foi até as lojas próximas e conseguiu imagens que mostram o momento em que seu veículo foi levado. Apesar de ter registrado boletim de ocorrência no mesmo dia, até o momento o carro ainda não foi recuperado.

O Campo Grande News conversou com alguns alunos que pediram para não ser identificados, que relataram que durante o início das aulas a universidade teria orientado os alunos a terem atenção ao estacionarem seus veículos.

Outra aluna, Brenda Torres, 26 anos, contou que no local há presença de seguranças contratados pela própria universidade que fazem rondas em torno do prédio. Porém, foi dito que é preciso reforçar o policiamento.

A Unigran informou que apesar dos relatos encontrados, nenhum aluno chegou a acionar a instituição nos últimos meses. A universidade também disse não ter conhecimento sobre essa situação.

"Temos excelente relacionamento com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, que fazem cursos na nossa Instituição sempre que necessário, e acionamos em quaisquer notificações, sendo atendidos prontamente. Porém, não há nenhum fato nos últimos tempos", enfatizou a nota.

Estudantes entrando na universidade durante o período noturno (Foto: Juliano Almeida)
Estudantes entrando na universidade durante o período noturno (Foto: Juliano Almeida)

De boca em boca - Comerciantes da região dizem que a situação é relatada por vários alunos. Marcia Maria Sakugwa, de 48 anos, vende salgados em frente à faculdade e relatou que além de veículos, pessoas no ponto de ônibus também já foram assaltadas.

“Realmente está acontecendo, já roubaram carro, já roubaram biz, já roubaram celular em frente aquele ponto de ônibus ali em frente à Universal. Já ouvi falar que teve arrastão com pessoas usando capacete. Mas tá feio aqui. Graças a Deus não aconteceu comigo. Mas os alunos ficam com o celular na mão e aquele ponto é muito perigoso", disse.

A salgadeira também diz que já teve casos dos alunos procurarem ela para tentar alguma informação sobre os furtos. “Eles chegam e falam: ‘tia, roubaram a minha moto, a senhora não viu?’ Mas não tem como a gente ver, o pessoal só monta na moto e vai embora”.

O mesmo foi relatado pelo taxista Carlos Magalhães, de 64 anos. Carregando passageiros tanto da universidade como do Colégio Dom Bosco, o motorista diz que os estudantes de ambas instituições trazem relatos sobre o problema.

“Presenciar não, mas já ouvi clientes falando. Esse tipo de pessoas são os ‘noias’ que ficam por aí andando à toa e que ficam fazendo isso. Isso acontece mais nos períodos noturnos, são horários que você não consegue ver o rosto das pessoas. De dia quase não dá porque sempre tem gente cuidando”, contou Carlos.

Gráfico mostra números de veículos furtados nos últimos seis anos (Foto: Reprodução Sejusp)
Gráfico mostra números de veículos furtados nos últimos seis anos (Foto: Reprodução Sejusp)

Registros deste ano - Somente em 2023, em Campo Grande, foram registrados pela Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública) os furtos de 1.095 veículos. Somente nesses primeiros cinco dias do mês de setembro, houve o registro de 17 veículos furtados.

Neste ano, o mês que mais teve registros desse tipo de ocorrência foi março, com 182 veículos furtados. Seguido pelos meses de janeiro (163), fevereiro (151), julho (125), agosto (124), abril (121), maio (120) e junho (92).

Apesar de o número de ocorrências ser alto, quando comparados os meses com o mesmo período dos últimos cinco anos, em 2023 foi registrado uma leve queda na quantidade de furtos de veículos registrados.

Comparados com os outros anos, 2023 apresenta queda em registro de furto de veículos (Foto: Reprodução Sejusp)
Comparados com os outros anos, 2023 apresenta queda em registro de furto de veículos (Foto: Reprodução Sejusp)

Em retrospectiva, 2022 foi o ano que mais foram registrados esses casos, tendo 2.441 registros. Sendo seguido por 2018 e 2019. Até o momento, este ano está próximo de atingir a metade das ocorrências registradas no ano anterior.

A Sejusp foi procurada para repercutir as situações relatadas na reportagem, mas até o momento não houve resposta. O espaço segue aberto.

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