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Capital

Sem fiscalização, cigarro eletrônico segue livre mesmo com duplo veto da Anvisa

Mato Grosso do Sul é porta de entrada para o contrabando dos dispositivos eletrônicos

Aline dos Santos e Bruna Marques | 07/07/2022 11:50
Mais uma vez, Anvisa proibiu a venda de cigarro eletrônico. Mais uma vez, fiscalização faz "vista grossa". (Foto: Bruna Marques)
Mais uma vez, Anvisa proibiu a venda de cigarro eletrônico. Mais uma vez, fiscalização faz "vista grossa". (Foto: Bruna Marques)

Horas depois de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância) confirmar a proibição  de importação, propaganda e venda de cigarros eletrônicos no Brasil, uma decisão que aliás já existia desde 2009, nada mudou.

Os “vapes” seguem com livre comercialização em Campo Grande, seja em conveniência, bancas ou pelo aplicativo WhatsApp. Os preços vão de R$ 80 a R$ 200 no caso dos pods, modelos menores. Já o vape tem variação de R$ 130 a R$ 700.

Uma das portas de entrada do contrabando de cigarros eletrônicos no País, Mato Grosso do Sul registrou quase R$ 5 milhões em apreensões no ano de 2021. Os dados da Receita Federal mostram aumento vertiginoso. Em 2020, as apreensões de cigarros eletrônicos foram equivalentes a R$ 405 mil.

Os cigarros eletrônicos são produzidos na China, chegam ao Paraguai e adentram o Brasil por Mato Grosso do Sul e Paraná. O contrabando atravessa a fronteira com o país vizinho na modalidade “formiguinha”, em menores quantidades, ou cargas maiores, que se valem de notas frias.

Neste ano, a PF (Polícia Federal) partiu para cima do contrabando dos dispositivos eletrônicos em São Paulo e no Distrito Federal, deflagrando as operações Vaper e Tabaco Trend. Nessas localidades, foram alvos de investigação depósitos e estabelecimentos comerciais.

Venda de essência e cigarro eletrônico é divulgada por meio de aplicativo. (Foto: Reprodução)
Venda de essência e cigarro eletrônico é divulgada por meio de aplicativo. (Foto: Reprodução)

O Campo Grande News questionou a PF se vai tomar medida para repressão ao contrabando em Mato Grosso do Sul. A reposta foi protocolar: “A Polícia Federal atua dentro de sua esfera de atribuições, conforme determinação constitucional”.

Nesta quinta-feira (dia 7), a reportagem também questionou a Vigilância Sanitária de Campo Grande sobre a fiscalização. A obrigação foi empurrada para a Polícia Federal.

“A fiscalização do comércio de cigarros eletrônicos e produtos similares deve ocorrer em parceria entre a Vigilância Sanitária e Polícia Federal, uma vez que estes são proibidos e, assim, todo o qualquer produto do gênero que está sendo comercializado no município é fruto de contrabando, não cabendo à Vigilância Sanitária fazer o recolhimento do material, uma vez que se trata de um flagrante de crime federal”, informa a nota encaminhada ao Campo Grande News.

Com roupagem moderninha e sabores, o cigarro eletrônico não foge aos perigos do produto tradicional. O atomizador dos eletrônicos libera substâncias cancerígenas. Já foi identificada uma doença associada ao dispositivo, trata-se da Evali, termo em inglês para injúria pulmonar associada ao cigarro eletrônico. Os sintomas são tosse, falta de ar, cansaço e opressão torácica.

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