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Cidades

“Modinha” em MS: Anvisa prorroga prazo de consulta sobre cigarros eletrônicos

Proibido desde 2009, o produto pode ser comprado até por delivery em Campo Grande

Aline dos Santos | 11/05/2022 10:09
Sem fiscalização, cigarro eletrônico tem venda livre em Campo Grande. (Foto: Direto das Ruas)
Sem fiscalização, cigarro eletrônico tem venda livre em Campo Grande. (Foto: Direto das Ruas)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prorrogou até 10 de junho o prazo da consulta pública sobre os dispositivos eletrônicos para fumar. O prazo inicial terminaria nesta quarta-feira (dia 11).

Apesar de proibido em todo Brasil desde 2009, o cigarro eletrônico virou “modinha” em Mato Grosso do Sul, que registra recorde de apreensões de produtos contrabandeados.

Na segunda-feira (dia 9), associações médicas divulgaram nota em que  pedem que a proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar sejam mantidas pela Anvisa.

“Ciente da forte pressão da indústria do tabaco, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), bem como as demais entidades signatárias deste documento, posicionam-se veemente contra a liberação da comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar”.

As entidades destacam o impacto para os jovens. “Além disso, as entidades exigem medidas mais rigorosas para fiscalização e punição de violadores desta resolução e ressaltam a preocupação com o aumento do uso desenfreado desses dispositivos, em especial entre os jovens”.

Realidade local – Reportagem do Campo Grande News mostrou que o produto contrabandeado pode ser comprado até por delivery. Basta digitar a marca, escolher o sabor e pagar pelo cigarro eletrônico descartável. No comércio, o item proibido divide prateleira com produtos autorizados, como o tradicional cigarro da indústria brasileira. Os valores vão de R$ 50 a R$ 600.

O marketing também recorre a contorcionismos verbais para atenuar palavras e dar um ar descolado ao velho hábito. Nada do verbo fumar, os adeptos preferem o termo “vaporar”. O nome também muda, sai o cigarro eletrônico e entra termos como vape e pod. Também há os “juices”, líquidos que vão no tanque do eletrônico, com um cardápio diversificado: algodão doce, kiwi com melão, morango, abacaxi.

Apesar da roupagem moderninha, o modelo eletrônico, mesmo sem ter a queima do tabaco, é como o tradicional: faz mal à saúde. Ambos contêm nicotina e podem causar doença respiratória.

Uma das portas entrada do contrabando de cigarros eletrônicos no País, Mato Grosso do Sul registrou quase R$ 5 milhões em apreensões no ano de 2021. Os dados da Receita Federal mostram aumento vertiginoso. Em 2020, as apreensões de cigarros eletrônicos foram equivalentes a R$ 405 mil. Conforme o órgão, as apreensões acompanharam o crescimento do consumo.

Para participar da consulta pública, clique aqui

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