Sem receber desde maio, empresas ameaçam parar serviço do tapa-buraco
Reiniciado há menos de dois meses, o tapa-buraco em Campo Grande pode ser interrompido . As sete empresas responsáveis pelo serviço não recebem desde o mês de maio. A dívida da Prefeitura chega a R$ 12 milhões e até agora não foram pagas nem as faturas referentes aos meses de outubro e novembro, mesmo tendo sido autorizadas pelo prefeito Alcides Bernal. O risco de suspensão do serviço acontece justamente logo após as chuvas do último final de semana que provocaram muitos estragos no pavimento da cidade.
Nesta segunda-feira os empresários se reuniram com Bernal, mostraram que não terão como manter o serviço caso não recebam. As empresas estão arcando com os custos da matéria-prima (a massa asfáltica) e o pagamento dos 400 funcionários mobilizados para atuar nas 14 equipes (duas por região urbana) que estão trabalhando desde o dia 17 outubro.
Conforme relato de um dos empresários que participou da conversa, surpreendentemente o prefeito os tratou de forma educada, cavalheira, mas não deu a eles muitas esperanças. Reclamou das dificuldades financeiras da prefeitura (até para o pagamento dos funcionários) e prometeu para esta terça-feira alguma resposta sobre o que poderia fazer.
Bernal prometeu consultar o setor de financeiro e jurídico para avaliar a possibilidade de remanejamento de algum recurso carimbado (do PAC, da iluminação pública) para pagar pelo menos parte da dívida com as empresas do tapa-buraco. A Prefeitura não teria recursos da sua receita própria para fazer qualquer pagamento.
Quando lançou o serviço em outubro, o prefeito anunciou que reservou R$ 2 milhões por mês para pagar as empresas e teria acenado com a possibilidade de pagar pelo menos 40% dos atrasados (R$ 4,8 milhões), mas até agora não conseguiu honrar o compromisso. Conforme técnicos da Secretaria Infraestrutura, a malha viária da cidade teria 250 mil buracos para serem tapados e o dinheiro inicialmente disponibilizado, seria suficiente para reparar 7 mil.