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Capital

Sem recursos, HU fecha pronto-socorro e promete suspender cirurgias

Nyelder Rodrigues | 10/03/2017 21:59
Hospital Universitário em Campo Grande suspendeu atendimentos no PAM (Foto: Arquivo)
Hospital Universitário em Campo Grande suspendeu atendimentos no PAM (Foto: Arquivo)

O HU (Hospital Universitário) de Campo Grande suspendeu às 17h desta sexta-feira (10) a chegada de novos pacientes no PAM (Pronto Atendimento Médico) do local alegando falta de recursos. Além disso, a direção promete que se o problema não for solucionado neste fim de semana, mais atendimentos serão suspensos.

A unidade passou a ser opção para desafogar a Santa Casa no começo do ano, com a posse de Marquinhos Trad (PSD) como prefeito. Entretanto, ainda não foi firmado um novo convênio entre HU e prefeitura para garantir mais recursos ao local.

"A superintendência e os gestores do HU estão desde junho de 2016 dialogando, sem sucesso, com a Secretaria Municipal de Saúde [Sesau], com o apoio do Ministério Público Estadual, para regularizar a situação contratual de repasse de verbas", explica o texto enviado pela assessoria de imprensa do HU.

Na segunda-feira (6), ofícios foram enviados pela superintendente do HU, Andréia Antoniolli, para a Sesau, SES (Secretaria Estadual de Saúde), MPE (Ministério Público Estadual), MPF (Ministério Público Federal) e CRM (Conselho Regional de Medicina) avisando sobre tal possibilidade de fechamento do PAM caso não houvesse uma solução.

Porém, o hospital alega que nada foi feito, sendo ignorado o apelo. "Assim, por falta de recursos financeiros, o hospital está sem inúmeros medicamentos e insumos básicos, além de reagentes laboratoriais, o que compromete a qualidade da assistência prestada à população", explica a diretoria do hospital via assessoria.

Caso não seja solucionado o problema neste fim de semana, já na segunda-feira (13) o hospital pretende suspender também cirurgias eletivas e exames laboratoriais originados do ambulatório.

Déficit e respostas - Segundo o HU, o valor repassado é o mesmo há 10 anos, sem nenhuma alteração. Neste ano, os recursos destinados foram R$ 4,3 milhões, referentes a dezembro do ano passado e janeiro de 2017.

"Importante salientar que as despesas mensais do HU para atendimento são, em média, de R$ 4,7 milhões", frisa a unidade hospitalar, que também cobra R$ 1,3 milhão que diz terem sido prometidos pela SES como ressarcimento de despesas da Caravana da Saúde em Campo Grande.

Em contato com a assessoria da Sesau, foi informado que tal notícia dada pelo HU, já no fim da tarde, foi recebida com estranheza, por se tratar de uma atitude "intempestiva por parte do Hospital Universitário". Ainda segundo a nota, todos os setores da prefeitura passam por dificuldades, o que não é diferente com a saúde pública.

"No entanto, em nenhum momento cogitou parar ou suspender os serviços prestados à população. De forma séria e responsável, a atual gestão tem dialogado com a instituição periodicamente a fim de encontrar caminhos, através de dispositivos legais, para assegurar o que lhe é de direito", rebate a prefeitura, afirmando também que o convênio vigente está sendo pago.

"A prefeitura entende que o hospital tem direito de reivindicar o que lhe é de direito, mas desde que isso não prejudique a população, haja vista que, como dito, as negociações estão ocorrendo", completa.

Já em contato com a assessoria da SES, a resposta dada é que a alegação do HU sobre o repasse referente a Caravana da Saúde não procede. "O HU não participou de nenhuma ação da Caravana", frisa a SES.

Ainda conforme a assessoria, o valor de R$ 1,3 milhão ao qual o HU deve estar se referindo é o de um acordo feito ano passado, ainda na gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), mas que depende da contratualização do hospital com a prefeitura.

"É um repasse para ajudar no custeio, mas precisa do intermédio do município porque é feito fundo a fundo. A SES não pode repassar diretamente, tem que passar para a prefeitura. O recurso está disponível, aguardando que o HU cumpra critérios como levantamento orçamentário, para fechar a contratualização e fazer o repasse via prefeitura", finaliza a SES.

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