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Capital

Só à base do tapa-buraco, Mascarenhas de Moraes tem “4 km de reclamações”

“Só jogam uma farofa nos buracos e os carros passam em alta velocidade", diz morador

Aline dos Santos | 06/02/2023 11:20
Asfalto ressequido na Avenida Mascarenhas de Moraes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Asfalto ressequido na Avenida Mascarenhas de Moraes. (Foto: Henrique Kawaminami)

A expressão “problema pra mais de metro” pode ser convertida para mais de quilômetro quando se trata da Avenida Mascarenhas de Moraes, que se estende da Coronel Antonino até à Tamandaré, em Campo Grande.

Numa única quadra da avenida de quatro quilômetros, a reportagem encontra buraco na via, placa de asfalto que foi parar na calçada, bueiro engolido pela terra e alta velocidade que torna a travessia dos pedestres um desafio.

O cenário se repete há sete anos diante dos olhos de Erikson Carvalho Barbosa, 36 anos. “Só jogam uma farofa nos buracos e os carros passam em alta velocidade. Os motoristas descem querendo pegar o semáforo aberto e quem tiver dificuldade de locomoção não passa. E fico preocupado porque tem muito idoso aqui no Monte Castelo”, diz.

 "Só jogam uma farofa nos buracos", reclama Erikson. (Foto: Henrique Kawaminami)
 "Só jogam uma farofa nos buracos", reclama Erikson. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ele conta que um vizinho, com prótese nos pés, precisou se mudar por conta da dificuldade na travessia, e que, muitas vezes, os moradores interrompiam o fluxo para ajudá-lo a atravessar a avenida no trecho sem semáforo ou faixa de pedestres.

O asfalto ressequido apresenta rachaduras, enquanto uma pequena placa de massa asfáltica, levantada pela enxurrada está jogada na lateral da calçada.

Buracos na Avenida Mascarenhas de Moraes, no Bairro Monte Castelo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Buracos na Avenida Mascarenhas de Moraes, no Bairro Monte Castelo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Morador no bairro há décadas, Eduardo Borges, 41 anos, conta que passaram por lá muitas promessas, como de uma revitalização ao estilo da Júlio de Castilho, que recebeu investimento de R$ 18 milhões. Na memória, a lembrança de que quebra-molas saíram para circulação do papamóvel, veículo usado por João Paulo II para circular por Campo Grande em outubro de 1991.

No cruzamento da Mascarenhas de Moraes com a Tamandaré, o fluxo de caminhões deixa marcas no asfalto: uma ondulação no meio da pista. “É o dia inteiro passando caminhão”, afirma Wellington de Pinho.

Avenida Mascarenhas de Moraes é rota de caminhões e tem ondulação no asfalto. (Foto: Henrique Kawaminami)
Avenida Mascarenhas de Moraes é rota de caminhões e tem ondulação no asfalto. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ele conta que na semana passada foi feito o paliativo do tapa-buraco, enquanto a deformação do asfalto segue sem qualquer ação corretiva.

Ao longo dos 4 quilômetros, predominam estabelecimentos comerciais ligados ao setor automotivo e também de madeira, além das tradicionais farmácias, que são lugar-comum nas avenidas da cidade.

Conforme a hierarquização de vias de Campo Grande, a avenida é arterial. Caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, e possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. Essa modalidade de via deve receber revestimento que suporte o tráfego com volume médio diário de 19 mil veículos.

Nome da via, Mascarenhas de Moraes foi comandante da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Segunda Guerra Mundial, durante a campanha na Itália.

Bueiro entupido já não escoa mais a água da enxurrada. (Foto: Henrique Kawaminami)
Bueiro entupido já não escoa mais a água da enxurrada. (Foto: Henrique Kawaminami)

A prefeitura informa que faz ações de manutenção como operação tapa-buracos e que a Avenida Mascarenhas de Moraes já está dotada de sinalização horizontal e vertical.

Matéria editada para acréscimo de posicionamento da prefeitura de Campo Grande.

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