Sob suspeita de feminicídio, Deam vai investigar execução de jovem de 18 anos
Não há detalhes da investigação, mas umas das hipóteses do crime é que a jovem de 18 anos seja mais uma vítima de feminicídio
A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) assumiu as investigações sobre a morte de Yasmin Beatriz Almeida Guedes, de 18 anos, que aconteceu na noite de ontem (28) na Rua João Trivellato, região do Jardim Colibri, bairro localizado na saída para São Paulo, em Campo Grande.
Após vários disparos serem ouvidos, a jovem foi encontrada caída da rua, com um capacete cor-de-rosa na cabeça e vários ferimentos pelo corpo. Testemunhas contaram que Yasmin chegou de moto ao local, poucos minutos antes de ser assassinada. Algumas pessoas chegaram a relatar que ela estava no mesmo veículo que o assassino, que fugiu em seguida.
Pelo menos oito disparos de um revólver calibre 32 atingiram Yasmin. Ainda não há detalhes da investigação, mas umas das hipóteses do crime é que a jovem de 18 anos seja mais uma vítima de feminicídio na Capital. De janeiro até agora, nove mulheres foram assassinadas em Campo Grande.
Apesar da pouca idade, Yasmin tinha várias passagens pela polícia. Quando adolescente foi indiciada por atos infracionais referente a homicídio, vias de fato, ameaça, receptação, uso de moeda falsa, fabricação, comércio e detenção de armas, associação criminosa, receptação, porte ilegal de arma de fogo, evasão do local de custódia, desobediência, direção perigosa e organização criminosa.
Conforme apurado pela reportagem, um desses casos aconteceu em 2017, quando tinha apenas 15 anos e por ele, Yasmin deveria prestar depoimento à justiça nesta terça-feira (29).
Na época, ela e o então namorado, hoje com 21 anos, foram flagrados em um Chevrolet Montana roubado. O rapaz ainda carregava munições calibre .765 e uma nota de R$ 50 falsa e por isso foi preso por posse ilegal de munição. Ele ainda confessou que receberia R$ 1 mil para levar o carro para o Paraguai.
As audiências sobre o caso começaram no fim do ano passado e Yasmin foi intimida como principal testemunhas da prisão do rapaz, no entanto, não foi encontrada pela justiça e por isso não foi ouvida. Ainda assim, o julgamento foi marcado para fevereiro do próximo ano.
Até o ano passado, o réu estava preso e por isso acompanhava o processo por videoconferência. No entanto, em abril deste ano a justiça foi notificada sobre a fuga do rapaz do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira.
Neste ano, uma nova audiência foi agendada, desta vez para analisar a participação de Yasmin no crime e deveria acontecer na tarde de hoje, às 13h50. A vítima ainda estava com mandado de prisão em aberto por posse ilegal de arma de fogo.
Yasmin ainda aparece como autora de um homicídio ocorrido em 2016, no dia 15 de julho, no Jardim Uirapuru. Na ocasião, Carlinda Verônica dos Santos, 51 anos, foi morta com um disparo de arma de fogo no olho esquerdo. Testemunhas relataram que o local onde houve o crime era uma boca de fumo.