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Capital

Solução usada na Via Parque agora ganha elogios e será replicada

Moradores até pedem viaduto, mas especialista garante que estrutura de concreto tem “prazo de validade’ e causa impactos no paisagismo

Danielle Valentim | 19/04/2018 12:43
"O projeto vai dizer se terá de mexer no canteiro, pois na Mato Grosso, além do semáforo tivemos obra física", disse Janine. (Foto: Paulo Francis)
"O projeto vai dizer se terá de mexer no canteiro, pois na Mato Grosso, além do semáforo tivemos obra física", disse Janine. (Foto: Paulo Francis)

Construções de viadutos já estiveram no topo de ranking de soluções para regiões de trânsito problemático em Campo Grande. Mas depois da intervenção na avenida Mato Grosso com a Via Parque, com o uso de semáforos, a opção está sendo vista como a mais eficaz para outros pontos tumultuados da cidade. Já foram escolhidos cinco novos endereços para implantação do Parque semafórico, incluindo a rotatória da Coca Cola, na Gury Marques com a avenida Interlagos, que costuma ser tormento para motoristas na saída para o trabalho e na volta para casa.

Orçado em R$ 1 milhão, o investimento será semelhante ao instalado recentemente na rotatória da Via Parque com a Mato Grosso. Na sequência, passarão por intervenções a rotatória da Gury Marques com a Interlagos, rotatórias das avenidas Tamandaré com Euler de Azevedo, Três Barras com Marques de Lavradio, Joaquim Murtinho com Ceará e Eduardo Elias Zahran com a Joaquim Murtinho.

Antes que a decisão fosse estudada e colocada em prática, a alternativa do semáforo gerou polêmica, já que durante muito tempo só se falou em construção de viaduto, caro e demorado, mas hoje recebe elogio até de especialistas, pela rapidez e custo baixo.

“Muito se especulou sobre a aplicação de um arco, que seria um viaduto, naquele local. Mas diante do acesso a informações já maduras e aplicadas em outras capitais, quanto à eficiência dessas obras, chegou-se à conclusão de para solucionar problemas não justificaria um alto investimento em uma engenharia de arte. Mas que para pôr fim ao problema deveria retirar o tráfego do local, com rotas alternativas, ou instalar semáforos”, afirma o especialista em trânsito Carlos Alberto Pereira.

Pereira afirma, sobre os longos anos em que se cogitou a construção de viaduto sobre a rotatória da Via Parque, que essa estrutura poderia “vencer" em pouco tempo, tendo em vista, o crescimento da cidade e fluxo de veículos.

O especilista considera que estruturas de viadutos têm “prazo”, pois envolvem comportamento do crescimento da cidade, criam problemas no entorno e no paisagismo, além de se tornarem moradia para moradores de rua. Já os parques semafóricos são, hoje, soluções adequadas. “Talvez tenha melhores, mas é adequada. Além de ter custo barato, porque investir no parque semafórico, claro, de forma não amadora, dá certo”, disse.

Obra menor - Em entrevista ao Campo Grande News, o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, disse que a obra de remodelação da rotatória da Coca-Cola poderá ser menor que a da Via Parque. Janine explica que o primeiro passo é a contratação da empresa, seguido por levantamentos de dados, montagem de projeto, para posterior execução. “O projeto vai dizer se terá de mexer no canteiro, pois na Mato Grosso, além do semáforo tivemos obra física. Pode ser que a solução seja mais rápida, mais fácil e mais barata. Na Gury Marques vantagem é que a rotatória já tem três pistas de rolamento”, disse.

Nice mora e trabalha na região há 30 anos. (Foto: Marina Pacheco).
Nice mora e trabalha na região há 30 anos. (Foto: Marina Pacheco).
José, atualmente é aposentado, mas já muito "motorista abusado” para voltar para casa. (Foto: Marina Pacheco)
José, atualmente é aposentado, mas já muito "motorista abusado” para voltar para casa. (Foto: Marina Pacheco)

Boa notícia - A vendedora ambulante Cleonice Pereira, de 58 anos, mais conhecida como Nice, mora e trabalha na região há 30 anos. “Dirijo aqui bem antes de ter asfalto, mas o congestionamento agora está demais. Tem dias que é quase impossível passar por ali. A notícia é boa, mas ainda preferia um viaduto”, disse.

O morador José Ferreira, de 80 anos, atualmente é aposentado, mas já teve que enfrentar muito “motorista abusado” para voltar para casa. “Primeiro que não tem por onde passar, eu era obrigado a enfrentar a rotatória e quando eles [motorista] não querem que você passe, você não passa ele te empurram para fora. Essa será uma mudança que esperamos a muito tempo”, conta.

O auxiliar de descarga Isaías Estevão Bispo dos Santos, de 21 anos, “vota” no viaduto. Para ele, que presta serviços para empresas e passa boa parte do tempo no trânsito, a situação da Gury Marques é diferente da Via Parque.

“Eu estava falando, ainda, ontem para um dos meus colegas, que aqui só um viaduto pra resolver, porque os picos são só em dois horários”, disse.

A assinatura do contrato com o Consórcio CAM, que venceu a licitação para manter a sinalização de trânsito da Capital, deve ocorrer nesta sexta-feira (20). Após isso, a ordem de serviço é liberada e os estudos sobre o tráfego no local são iniciados, com contagem de veículos, indicação precisa dos horários de pico, tanto no sentido bairro/centro, quanto centro-bairro, num trabalho que envolve registro fotográfico e vídeo do movimento.

O viaduto custaria em torno de R$ 40 milhões e demoraria pelo menos dois anos para ficar pronto. A semaforização deve custar R$ 1 milhão e pode ficar pronta em até 90 dias.

Abaixo, confira imagens do alto da rotatória da Coca-Cola, a primeira que vai receber intervenções.

Rotatória na Joaquim Murtinho Com Ceará, um dos pontos que também vai receber semáforos contra tumulto no trânsito. (Foto: Flydrone)
Rotatória na Joaquim Murtinho Com Ceará, um dos pontos que também vai receber semáforos contra tumulto no trânsito. (Foto: Flydrone)

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