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Capital

Vendedor de balas é agredido com mata-leão e arrastado por equipe de atacadista

Sob suspeita de furto, ele passou menos de 3 minutos em uma sala e foi liberado sem que polícia fosse chamada

Clayton Neves | 25/04/2022 18:52

Imagens feitas por clientes de um atacadista no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, levantaram questionamentos sobre abordagem de seguranças a um vendedor de balas. Apontado como suspeito de furto, o rapaz é agredido até com um golpe mata-leão, no entanto, depois de ser levado para uma sala onde passou menos de três minutos, o ambulante foi liberado sem que a polícia fosse acionada, afirmam testemunhas ouvidas pelo Campo Grande News.

Vídeo de quase dois minutos mostra a confusão já em andamento. A vítima aparece no chão sendo segurada pelo pescoço por um segurança, enquanto outro funcionário imobiliza as mãos do rapaz. A todo momento, o vendedor se debate e tenta escapar da dupla.

“Ele entrou no mercado para comprar as balas que vende no sinaleiro, mas estava mal vestido e quando saiu, já estavam à espera dele”, conta um homem de 33 anos, que estava no local e preferiu não ser identificado por medo de represálias.

Na sequência do vídeo, o ambulante segue sendo arrastado pelo pescoço na direção de um espaço reservado da loja. No trajeto, ele cai no chão por várias vezes, se debate e explica aos funcionários que não furtou nada dentro do estabelecimento.

Algumas pessoas acompanham a cena, mas não se intrometem. Uma das testemunhas que gravou a cena sugere que a polícia seja chamada, o que não acontece. “Ele foi muito enforcado, não tinha necessidade disso. O que aconteceu só mostra o despreparo dessa equipe de segurança”, comentou um cliente.

De acordo com pessoas ouvidas por nossa reportagem, o vendedor foi levado para uma sala restrita e foi liberado menos de três minutos depois. A polícia não foi acionada pelo atacadista. “Ele tinha as notas do que comprou”, finaliza uma testemunha.

Procurado pelo Campo Grande News, o Fort Atacadista ressaltou que "repudia qualquer tipo de violência" e que foi "surpreendido pela reação de sua equipe de prevenção na loja da Coronel Antonino", na tarde desta segunda-feira (25).

"A orientação da empresa é que, ocorrendo qualquer tipo de suspeita, a Polícia Militar deverá ser acionada para o registro do Boletim de Ocorrência. Os colaboradores são comunicados e orientados através de treinamentos recorrentes sobre abordagem pacífica e respeitosa, sendo a violência passível de punição", pontuou.

Sobre o caso em questão, a empresa também informou que está "tomando as medidas cabíveis".

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