ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  12    CAMPO GRANDE 25º

Comportamento

Para quem limpa até esterco na Expogrande, pior que a sujeira é a má educação

Cuidar dos animais é rotina, mas o desrespeito dos visitantes tira a paz de quem trabalha

Por Kamila Alcântara | 12/04/2025 08:10
Para quem limpa até esterco na Expogrande, pior que a sujeira é a má educação
Kauan e Yuri retiram as fezes dos animais que estão expostos nas baias que trabalham (Foto: Osmar Veiga)

Antes das 6h, funcionários das baias e equipes terceirizadas de limpeza já estão com carrinhos e ferramentas em mãos para deixar tudo em ordem para os visitantes da feira. O cheiro do esterco é suportável. Difícil mesmo, dizem eles, é aguentar a falta de respeito de parte do público.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Na Expogrande, a rotina de limpeza começa antes das 6h, com funcionários e equipes terceirizadas cuidando da higiene das baias e das ruas do Parque de Exposições Laucídio Coelho. Enquanto os jovens peões lidam com o esterco dos animais, a equipe terceirizada enfrenta a falta de educação de alguns visitantes, que desrespeitam o trabalho de limpeza. O processo inclui a separação de resíduos, com caminhões específicos para esterco e lixo comum, e a triagem de recicláveis e orgânicos. Apesar do cheiro do esterco ser suportável, a má educação do público é o maior desafio para os trabalhadores.

Entre as baias de exposição de animais, dois jovens dividem as tarefas com os demais peões. Durante os 13 dias de evento, são responsáveis pela higiene das vacas leiteiras e seus filhotes.

“Chegamos às 6h, e a primeira tarefa é retirar os dejetos produzidos durante a noite. Depois organizamos o espaço, providenciamos a alimentação, a água e o que mais for necessário para o dia”, explica Kauan Fioreline, de 19 anos.

A limpeza é feita com carrinho de mão, ganchos e pás. Os resíduos são levados até uma caçamba ao lado da baia e, em seguida, recolhidos pela equipe externa, que os deposita em carrocerias de caminhões de lixo, em área isolada.

Para quem limpa até esterco na Expogrande, pior que a sujeira é a má educação
Caçamba ao lado de uma baia, cheia de dejetos dos animais (Foto: Osmar Veiga)

“Para nós, retirar as fezes não é um problema. Faz parte do trabalho e a gente já está acostumado. É tranquilo. A gente faz porque gosta dos animais e quer deixá-los bem”, afirma Yuri Cabral, também de 19 anos.

Já a sujeira nas ruas de circulação do Parque de Exposições Laucídio Coelho é responsabilidade de uma equipe terceirizada, contratada pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Eles lidam com o intenso fluxo de expositores, patrocinadores, políticos, crianças, bois, cavalos, carroças e caminhões.

Em uma breve pausa para o refrigerante, um grupo de cerca de cinco trabalhadores escolheu Thais de Barros, de 32 anos, para relatar a rotina que, segundo ela, “ninguém quer ter”. Para eles, o problema não é o serviço nem o cheiro, mas a má educação de alguns visitantes.

Para quem limpa até esterco na Expogrande, pior que a sujeira é a má educação
Thais de Barros fala sobre a falta de educação de alguns visitantes da feira (Foto: Osmar veiga)

“Chegamos com a vassoura na mão. Limpamos de tudo: fezes de animais, restos de comida... isso é tranquilo. Tem gente muito educada, que respeita nosso trabalho. Só que os visitantes, em geral, são os mais mal-educados. Passam por cima da gente quando estamos varrendo e ainda ficam bravos se pedimos licença. O mais impressionante é que não são os empresários ou os ‘importantes’ que destratam, é o público mesmo”, detalha Thais.

Todo o material recolhido passa por triagem. Um caminhão é destinado apenas ao esterco, outro ao lixo comum. Pela manhã, trabalhadores de cooperativas fazem a separação entre recicláveis e orgânicos, ainda dentro do parque. Ao fim do processo, a coleta é finalizada pela Solurb.

Para quem limpa até esterco na Expogrande, pior que a sujeira é a má educação
Carroceria 205 é para esterco e a de trás para lixo comum; trabalhador de cooperativa faz a separação do que reciclável do orgânico (Foto: Osmar Veiga)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias