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Capital

Vendedores estão com medo de trabalhar no dia do "rolezinho"

Luciana Brazil | 21/01/2014 10:19
Vendedores temem movimento criado nas redes sociais. (Foto: Angela Kempfer)
Vendedores temem movimento criado nas redes sociais. (Foto: Angela Kempfer)

Funcionários do Shopping Campo Grande estão com medo e ameaçam não ir trabalhar no próximo domingo, quando deverá ocorrer o primeiro "rolezinho" na Capital. O movimento, que começou em São Paulo, ganhou força após o ato ser reprimido pela Polícia Militar paulista e ganhou adeptos em outras cidades como forma de manifestação contra a discriminação e o preconceito.

O centro comercial ainda não confirmou se fechará as portas no domingo (26), no dia que manifestantes pretendem fazer o “rolezinho” no centro comercial.

A assessoria de imprensa informou na manhã de hoje (21) que até o momento a administração do shopping, que tem mais de 170 lojas, não confirmou se o local permanecerá aberto ou se fechará. Em nota, o estabelecimento diz que “serão tomadas todas as medidas preventivas para garantir a segurança e bem estar dos clientes, lojistas e colaboradores do centro comercial”.

Em São Paulo e Rio de Janeiro dezenas de shoppings fecharam com medo do movimento que nasceu nas redes sociais entre adolescentes, que segundo os próprios criadores, queriam, a princípio, se reunir para tirar foto.

Sem saber qual será a decisão do shopping, alguns vendedores estão com medo. Em alguma franquias, como apurou a reportagem, a orientação ainda não foi definida já que depende dos escritórios que estão em São Paulo ou Rio de Janeiro.

“Nós estamos com medo e tem vendedor que já disse que não vem trabalhar”, disse por telefone uma vendedora que preferiu não se identificar.

Até hoje, 982 pessoas confirmaram presença na página do evento no Facebook. Mas há quem se revolte com a proporção que o protesto tem tomado.

“Eu acho o brasileiro patético. O ‘rolezinho’ é um negócio que começou com adolescentes que queriam tirar foto.Teve gente que quis barbarizar, porque sempre tem vândalo no meio. Mas até aí tudo bem. Agora, o que me assusta é que do nada as pessoas querem fazer ‘rolezinho’ a troco de nada. Movimento dos Sem Teto, e outros movimentos, um monte de gente que quer entrar no shopping como se algum dia na vida tivessem sido impedidos de entrar. Tem profissionais como jornalistas confirmando participação no evento”, disse indignada a estudante de publicidade, 20 anos, que preferiu não se identificar.

E continuou: “Eu quero saber sobre o que essas pessoas estão protestando. Se é contra o sistema, o capitalismo, o preconceito ou contra o consumo, porque até agora não entendi. Que seja contra tudo, o movimento não me parece ter conteúdo, diferente das manifestações em junho do ano passado. Seja qual for o motivo, é claro que o estabelecimento vai fechar as portas com um monte de gente fazendo pressão na porta. Não faz sentido”, desabafou.

Por outro lado, muita gente acredita o movimento é legítimo. “Não precisa ter lógica. Estamos nos manifestando e isso é importante. È dizer não ao preconceito”, disse o estudante Pedro Henrique, 23 anos.

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