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Cidades

Com aposentadorias TJMS deve eleger outros dois desembargadores

Adriano Fernandes | 15/08/2018 19:59
Aposentadorias foram aprovadas durante plenário, nesta quarta-feira (15). (Foto: Arquivo)
Aposentadorias foram aprovadas durante plenário, nesta quarta-feira (15). (Foto: Arquivo)

Os desembargadores do Tribunal Pleno aprovaram nesta quarta-feira (15) a aposentadoria dos desembargadores Francisco Gerardo de Sousa e Maria Isabel de Matos Rocha. Se somadas às carreiras os magistrados deixam o cargo após 67 anos, dedicados ao ofício.

Com as saídas, outros dois nomes irão assumir as vagas, tendo como critérios de seleção quem há mais tempo se dedica a magistratura e por merecimento.

Em sua despedida, Maria Isabel relembrou as conquistas durante toda uma carreira dedicada ao oficio. “E o tempo atrás de mim eu lembro que foram 33 anos de juíza no Estado e eles vieram de trabalho para ajudar a criar três coisas boas: o Projeto Padrinho, a Vara de Crimes contra a Criança e a Central de Depoimento Especial. Por isso, acho que valeu a pena”, comentou sobre os 33 anos de direito.

O presidente do TJMS, Des. Divoncir Schreiner Maran, parabenizou a Desembargadora que desde o começo da carreira sempre representou as mulheres em um cenário totalmente masculino. Ela foi quarta mulher a compor a mais alta corte do Judiciário Sul-mato-grossense e a primeira mulher a ocupar o cargo de Coordenadora da Infância e da Juventude de MS.

“Como juíza, passou por Camapuã e Cassilândia, onde é lembrada com carinho. Depois veio para a Capital. É uma incansável estudiosa, abnegada da causa e muito requisitada para dividir seus conhecimentos em palestras nacionais e internacionais. Sei que, mesmo aposentada, continuará contribuindo com as causas que defende, agora como membro da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica, na Comissão Mato Grosso do Sul (ABMCJ-MS)”, comentou o Divoncir.

Maria Isabel se aposenta após 33 anos de carreira. (Foto: Reprodução/Amansul)
Maria Isabel se aposenta após 33 anos de carreira. (Foto: Reprodução/Amansul)

Só a frente da Vara da Infância e da Juventude da Capital Maria Isabel ficou por 12 anos. A agora desembargadora aposentada é natural de Nanpula (Moçambique), formou-se em Direito na Universidade de Coimbra (Portugal) e ingressou na magistratura de MS em maio de 1985. Foi promovida, por merecimento, para a comarca de Camapuã, em janeiro de 1986.

Por antiguidade, em setembro de 1988, foi promovida para a segunda entrância e passou a judicar na 2ª Vara de Cassilândia. Em agosto de 1995, Maria Isabel foi promovida para a 1ª Vara da Infância e da Juventude de Campo Grande e posteriormente atuou também na 3ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos.

Desembargador Francisco Gerardo de Sousa

O desembargador cearense de Fortaleza já estava afastado do ofício há algum tempo por questões de saúde, mas agora deixa por definitivo a função, depois de 34 anos dedicados à justiça. Antes da magistratura, Francisco também foi Oficial R2 do Exército Brasileiro.

“Ele é lembrado por todos os lugares onde passou, com destaque para Corumbá, e deixou marcas indeléveis. Sempre é lembrado por seus feitos, mas sua maior marca foram os 19 anos em que atuou como juiz corregedor dos presídios de Campo Grande, função na qual passou a ser estimado até pelos presos”, também recordou o presidente do TJMS ao falar do amigo.

O presidente da Amamsul, juiz Fernando Cury, ressaltou que a Associação, ao mesmo tempo em que lamenta a saída de um integrante dessa envergadura da magistratura, também o parabeniza pela trajetória, pela forma discreta e humana. Francisco Gerardo também presidiu a Associação.

Francisco se dedicou à magistratura por 34 anos. (Foto: Amansul)
Francisco se dedicou à magistratura por 34 anos. (Foto: Amansul)

“Sempre muito legalista, o Gerardo fez um trabalho nacional a frente da Execução Penal e, tenho certeza, fará muita falta, servindo de exemplo para a magistratura como um todo, para sempre”, garantiu Fernando.

Francisco Gerardo de Sousa ingressou na magistratura em abril de 1984, sendo o 1º colocado no III Concurso. Em setembro do mesmo ano, por merecimento, foi promovido a juiz de Direito e passou a atuar na primeira entrância, na comarca de Porto Murtinho. Em março de 1985, a pedido, foi removido para a comarca de Itaporã.

Por merecimento, em agosto de 1987, foi promovido a juiz de 2ª entrância e judicou na 1ª Vara Criminal de Corumbá. Novamente por merecimento, em 1991, foi promovido para atuar na 9ª Vara Criminal de Campo Grande, tornando-se juiz de entrância especial. Em setembro de 1994 assumiu a titularidade da Vara de Execução Penal, cuja denominação para 1ª Vara de Execução Penal efetivou-se em 2005.

De agosto de 2010 a abril de 2012, Gerardo atuou como convocado no cargo de desembargador, por isso, ao ser promovido, não viu motivos para temor com os novos desafios, já que atuava no cargo há mais de um ano. Na época, ele garantiu estar disposto a enfrentar os obstáculos profissionais que, por ventura, surgissem com a mesma responsabilidade, dignidade e honradez que marcaram sua carreira na magistratura.

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