Contra exoneração no Dsei, índios do MS ocupam o Ministério da Saúde
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Cerca de 50 índios das etnias Terena e Guarani de Mato Grosso do Sul ocupam nesta noite de segunda-feira (25) o auditório do Ministério da Saúde, em Brasília (DF). Eles protestam contra a exoneração do coordenador do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indigenista) no Estado, Lindomar Ferreira.
Essa foi a segunda vez que Lindomar, que é terena, é exonerado do cargo. Na semana passada, um grupo de líderes indígenas fecharam a BR-163, em Campo Grande, na saída para Cuiabá, reivindicando melhorias na Saúde Indígena estadual, cobrando a saída de Lindomar do posto.
A situação evidencia um racha entre índios em Mato Grosso do Sul, polarizando a disputa pelo poder de órgãos que tratam de assuntos indígenas entre grupos ligados a partidos de esquerda e direita no Estado. Ocupando o ministério, estão 44 caciques de várias regiões do Estado.
Além do Conselho do Povo Kadiweu, o Conselho do Povo Terena e o Conselho da Aty Guasu - Assembleia dos Guarani já manifestaram apoio à Lindomar, assim como o Conselho Kinikinau, de povo indígena de Porto Murtinho.
No lugar de Lindomar, o Ministério da Saúde publicou hoje (25) no DOU (Diário Oficial da União) Edmilson Canale, que anteriormente já realizou trabalhos no órgão, durante a administração de Hilário da Silva, que durou até 5 de abril deste ano - ele foi sucedido justamente por Lindomar.
A situação gerou revolta nos líderes, que afirmam não terem sido consultados para que a mudança fosse feita, baseando-se apenas na reclamação de um grupo. Os índios também dizem que vão permanecer no auditório e exigem o retorno de Lindomar ao cargo de coordenador do Dsei em Mato Grosso do Sul.