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Cidades

Defesa de ex-governador do Rio recorre ao STF para evitar transferência

Advogados alegam que 10 integrantes de facções cariocas enviados por Cabral estão no presídio de Campo Grande

Nyelder Rodrigues | 30/10/2017 22:47
Cabral, quando foi detido após as investigações sobre corrupção (Foto: Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil)
Cabral, quando foi detido após as investigações sobre corrupção (Foto: Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil)

Após várias tentativas de impedir a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para o Presídio Federal em Campo Grande, a defesa do carioca agora recorre ao STF (Supremo Tribunal Federal) para barrar a mudança. Desde novembro do ano passado o ex-chefe do Executivo carioca está detido no Rio.

Os advogados de Cabral entraram com o pedido nesta segunda-feira (30) - anteriormente, apelaram ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça) e até fizeram um pedido formal de desculpas ao juiz federal Marcelo Bretas, que determinou a transferência do ex-governador após, segundo argumenta, ter sido ameaçado em depoimento.

Na petição, a defesa pede que Cabral continue preso na unidade prisional de Benfica, no Rio de Janeiro, e afirma que a transferência para Campo Grande, ou qualquer outra penitenciária federal, pode colocar a segurança de Cabral em risco.

O ex-governador foi um dos gestores públicos que mais enviou detentos para presídios federais, sendo o primeiro dele o famoso Fernando Beira-Mar - que inclusive já ficou na Capital sul-mato-grossense.

Campo Grande só foi escolhida pelo Ministério da Justiça para receber Cabral pois é a que tem o menor números de membros da facções cariocas - milícias, CV (Comando Vermelho) e TC (Terceiro Comando).

"Aliado a tudo isso está o fato de que o presídio federal eleito para receber o paciente, em Mato Grosso do Sul, abriga dez criminosos oriundos do Rio de Janeiro, dentre os quais certamente estão alguns dos meliantes para lá transferidos por iniciativa ou provocação do próprio paciente", argumenta a defesa.

A transferência de Cabral foi determinada na segunda-feira (23) por Bretas, juiz da 7ª Vara Federal Criminal. O ex-governador está preso em função das investigações da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

A ida para o presídio federal foi determinada por Bretas depois que, em depoimento, Cabral demonstrou ter informações sobre a família do juiz. O ex-governador disse saber que a família de Bretas tem negócios com bijuterias e seria a empresa mais importante do ramo no estado carioca.

A declaração foi interpretada pelo juiz como uma tentativa de intimidação. Em contraponto, a defesa de Cabral argumenta que os fatos citados no interrogatório são de conhecimento público.

Com informações da Agência Brasil

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