Driblar ansiedade e se concentrar são desafios de quem estuda para o Enem
A menos de 1 mês para a prova, estudantes se entregam aos cadernos e livros e buscam estratégias para ter mais concentração
Falta muito pouco para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que tem cerca de 92,3 mil inscritos em Mato Grosso do Sul. A proximidade da prova, que será aplicada em 41 cidades nos dias 5 e 12 de novembro, tem levado muitos jovens a uma frenética rotina de estudos, numa busca constante para redobrar a concentração e driblar a ansiedade.
Entre os estudantes, quando questionados sobre horários de dedicação a livros e cadernos, é quase unanimidade o "vou cedo para a escola, volto para casa no fim da tarde, tomo banho, janto e volto a estudar".
Maria Luiza Chamorro de França, 17, e Milena Coelho Costa, 16, estudam no 3º ano do ensino médio em uma escola pública de Campo Grande.
"O desafio é conciliar os preparativos para o Enem com os deveres da escola, como provas e trabalhos. Estudo o dia inteiro, faço muitos simulados, mas me permito descansar aos finais de semana", diz Maria Luíza.
"A cobrança é muito grande; as pessoas esperam muito de você neste momento. Também tento relaxar aos sábados e domingos. Fico assistindo série!", conta Milena.
"Zap zap" do Enem - Da mesma sala delas, Ian Haranaká, 17, e Henrique Santos, 18, encontraram na tecnologia uma forte aliada para os estudos. Eles criaram um grupo no WhatsApp para trocar informações e arquivos de disciplinas diversas.
"Nós passamos conteúdo e debatemos sobre vários assuntos. São artigos, imagens relacionadas a temas que podem cair no exame. O "Grupo Enem" é bem movimentado, muitos amigos pedem para ser incluídos", relata Ian.
Eles também participam de oficinas eletivas de redação e matemática, no período vespertino, para reforçar o conhecimento nas matérias que têm menos afinidade.
Aos 16 anos, Bruno Antônio Ferreira vai fazer Enem como treineiro. "Quero seguir carreira de militar e confesso que não gosto de estudar. Mas sei que tenho que enfrentar as dificuldades se eu quiser conquistar meu futuro", acredita o jovem, em frente a um cartaz pregado na parede da escola com letras estudantis: "Não deixe os seus medos privarem da vida incrível que você merece ter".
No cursinho - Não é a primeira vez que Cássia Mendes Ataíde, 18, que faz cursinho em uma escola privada, vai prestar o Enem. Na reta final para a prova, ela disse que, apesar de estudar o dia inteiro, tem procurado dormir mais. Resultado, talvez, de um trabalho que vem sendo desenvolvido junto a um psicólogo, desde o início do semestre.
"Ano passado deixei o nervosismo tomar conta. Fiquei preocupada com o tempo da prova e não me saí bem. Eu me cobrava demais, família cobrava demais, agora estou mais tranquila e segura para o Enem", acredita, dizendo que aprendeu a lidar com sua mente para seguir o sonho de ser médica.
Também no cursinho particular, Vitor Kenzo Gondo, 20 anos, já vai para o quinto Enem, sendo um como treineiro.
"Ano passado fui o primeiro colocado em medicina na Uniderp, mas decidi tentar uma vaga em instituição pública. O Enem possibilita isso, devido ao sistema de pontuação. Não tenho vida social, as vezes me sinto esgotado, mas continuo firme porque estou me busca de um sonho", fala, em relação à medicina.
"É fundamental o tripé escola-aluno-família estar bem sólido neste momento. Os jovens já estão muito cansados e é importante motivar e dar subsídio emocional. O processo de seleção das universidades é muito agressivo, mas faz parte da realidade. Desde agora eles vão se preparando para os desafios da vida", acredita Caio Baez, coordenador pedágico.
O "treino" também está puxado para Larissa Duarte, 17, que nesse período pré-exame “basicamente só estuda”. "Meu foco é matemática, física e redação. Pesquiso muito sobre os macetes para eu ter boa pontuação", espera.
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