Em meio à crise, empresas que ainda oferecem vagas são luz ao desemprego
As vagas diminuíram bastante nas últimas semanas, mas o Campo Grande News conversou com algumas empresas que estão contratando
Os últimos dias têm sido todos iguais nas agências de emprego em Campo Grande. Centenas de pessoas estão dando entrada no seguro-desemprego, muitos demitidos no último mês, por conta da crise causada pelo coronavírus.
Mesmo sabendo que essa não é regra geral, existe uma luz no fim desse escuro túnel. Invertendo a atual lógica, já é possível encontrar empresas que estão oferecendo vagas de emprego.
Na Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), nesta quinta-feira (16), eram oferecidas 49 vagas para diversos setores. Já a FUNSAT (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande) disponibilizava, também nesta quinta-feira, 30 vagas.
O Campo Grande News foi atrás e conversou com algumas dessas empresas.
A rede de supermercado Pires estava oferecendo oito vagas pela FUNSAT, para várias funções, nesta manhã. Contando com 21 unidades em todo Estado, o diretor, Francisco Pires, afirma que, apesar do desafio, a empresa está conseguindo segurar as pontas. “Contamos muito com nossa tradição no mercado. Nosso movimento de clientes não caiu e isso ajudou muito”.
Francisco afirma que a média de vagas abertas é mesma de antes da crise. “Não é que estamos contratando mais agora, estamos como antes, demitindo e admitindo conforme a necessidade, sem nenhuma relação direta com o coronavírus. E isso, na verdade, é que é nossa diferença”.
Outra empresa que também está contratando é a Imobiliária BR House. São cerca de 10 vagas abertas, a maioria para consultor de vendas. De acordo com um dos gestores, Thiago Alves de Assis, o perfil do negócio em que atuam ajuda a atenuar a crise.
“O mercado imobiliário é mais consistente, menos volátil, então conseguimos atuar na baixa de mercado, inclusive aproveitando algumas o oportunidades, por isso precisamos de gente pra trabalhar e encontrar essas boas oportunidades”.
À procura das vagas – A demanda, claro, está bem maior que a oferta. Apesar de a maioria estar procurando ajuda com o seguro-desemprego, há também quem já esteja buscando se recolocar no mercado de trabalho.
É o caso do jovem Vinicius Gamarra, de 20 anos. Ele foi demitido há um mês de um call center em Campo Grande por conta da crise. Desde cedo na FUNSAT, procurava vaga de emprego, em qualquer setor. “Não queria voltar pra área de telemarketing, mas também não tenho tanta qualificação, então qualquer coisa que aparecer, vou pegar”.
Mesma situação de Flimoste Borges Rodrigues, de 25 anos. Ele trabalhava numa fábrica de pão congelado, mas está procura de qualquer vaga que o aceite. “As contas não param, já usei quase todo meu acerto e ainda tenho uns boletos”.
Flimoste foi atendido, preencheu o cadastro e saiu torcendo pra dar certo, mas com certo desalento. “Tá difícil, mas vamos ver como vai ser”.