Em MS, mulheres ganham em média 8% a menos do que os homens
Dados da Rais, divulgados pelo Ministério do Trabalho, apontam que proporção está acima da média nacional, de 85%
Em um intervalo de tempo no qual houve achatamento de salários, a diferença entre a média de ganhos entre homens e mulheres se manteve estável em Mato Grosso do Sul entre 2016 e 2017, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (22) pelo Ministério do Trabalho. A Rais (Relação Anual de Informações Sociais) mostra que o Estado não seguiu a tendência nacional, na qual essa diferença ficou 2,1% menor. No Estado, a desigualdade salarial é bem menor que a média nacional.
Nacionalmente, a remuneração média feminina (de R$ 2.708,71) correspondia a 85,1% do salário dos homens (R$ 3.818,87) no ano passado. Em 2016, o rendimento das mulheres, de R$ 2.764,71, equivalia a 84,4% dos R$ 3.247,65 pagos aos trabalhadores masculinos. Em 2015, a diferença era de 83,43%, segundo a Agência Brasil.
Já em Mato Grosso do Sul a diferença se manteve praticamente a mesma entre 2016 e 2017. No primeiro ano, o salário médio das mulheres era de R$ 2.769,83, equivalentes a 92,42% dos ganhos dos homens –de R$ 2.996,94, uma diferença nominal de R$ 227,11. No ano passado, o rendimento médio das mulheres foi de R$ 2.713,73, frente aos R$ 2.936,24 registrados como remuneração média dos homens, novamente, relação proporcional de 92,42% e diferença de R$ 222,51.
Esses R$ 22,51 equivalem a quase 60% do valor da cesta básica individual em setembro em campo Grande, medida pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que foi de R$ 383,77 e é formada por 13 produtos: tomate, banana, carne bovina, feijão, farinha de trigo, pão francês, batata, arroz, óleo de soja, leite longa vida, manteiga, café e açúcar.
Retração – Numericamente, houve um encolhimento de R$ 60,70 no rendimento médio dos homens, uma queda percentual de 2%. Para as mulheres, o recuo foi de R$ 1,87% – ou R$ 56,10 no período.
Conforme a Rais, a diferença salarial entre homens e mulheres vem caindo nos últimos anos. “Ainda há muitos desafios que precisam ser enfrentados, sobretudo no que se refere ao acesso das mulheres a postos de trabalho mais bem remunerados e garantia de recebimento de salários equivalentes pelo desempenho da mesma ocupação”, destaca o coordenador-geral de Cadastros, Identificação Profissional e Estudos do Ministério do Trabalho, Felipe Pateo, em nota.
Ainda conforme o Ministério do Trabalho, 2017 registrou crescimento no emprego tanto para homens como para mulheres: os vínculos empregatícios ocupados por homens correspondiam a 25,9 milhões de postos de trabalho, equivalente a 56% do estoque de empregos.
Por sua vez, os empregos desempenhados por mulheres somavam 20,4 milhões de vínculos, 44% dos firmados no ano. A participação feminina no mercado de trabalho formal correspondia em 2017 a 78,6% do estoque de empregos ocupados por homens. Em comparação com 2016, os homens registraram ampliação de 114,6 mil de empregos, equivalente à expansão de 0,4%. As mulheres aumentaram seu estoque de empregos em 106,7 mil postos de trabalho (0,5%).