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Provocado, MP pede explicação sobre candidata aprovada na cota racial

Fotos da mulher foram divulgadas pela página "Ser Policial Por Amor” “Ser Policial Por Amor”, gerando polêmica e questionamentos à banca de avaliação do concurso

Geisy Garnes | 26/09/2018 17:40
Provocado, MP pede explicação sobre candidata aprovada na cota racial
(Foto: Reprodução/Facebook)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) vai investigar a aprovação de uma candidata branca a vaga de oficial da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul pelo sistema de cotas raciais. A situação ganhou repercussão na internet depois que uma página no Facebook expôs uma foto da candidata.

Após denúncias a ouvidoria do Ministério Público, a situação foi enviada à 67ª Promotoria de Justiça que garantiu, por meio de nota, “investigar o caso e solicitar informações da Comissão do Concurso”.

A candidata foi considerada “favorável” para disputar a vaga para oficial da Polícia Militar como cotista e o resultado foi publicado no Diário Oficial do Estado na segunda-feira (24). No dia seguinte, fotos da mulher foram publicadas no perfil “Ser Policial Por Amor”, gerando polêmica e questionamentos à banca de avaliação do concurso.

Internautas passaram a fazer comentários ofensivos na página da concursada que, segundo informações obtidas pelo Campo Grande News, chegou a passar mal. A pedido da família e para não colaborar com o chamado "linchamento virtual", o nome não será exposto.

De acordo com a assessoria de imprensa de SAD (Secretaria de Administração e Desburocratização), a banca que avalia as cotas raciais é formada por membros do movimento negro, que tem como base o fenótipo dos candidatos, ou seja a aparência.

A avaliação usada pela comissão levou em consideração as características observáveis, ou seja, a aparência do candidato. A comprovação não considera fotos e, por isso, é feita de forma presencial. Em outros concursos, há também, a avaliação por genótipo que considera a composição genética, independentemente da aparência do candidato. Neste, ela não foi adotada.

A candidata atingiu a pontuação de 77 acertos e a 72º posição no concurso.

Provocado, MP pede explicação sobre candidata aprovada na cota racial
Fotos da candidata foram expostas pela página (Foto: Reprodução Facebook)

Boletim de ocorrência - Além do debate na internet, a candidata se tornou vítima e procurou a Polícia Civil. Segundo o marido da vítima, que também terá o nome preservado, a esposa está sendo atacada na internet e precisou passar por atendimento médico.

“O responsável pela página pegou fotos até do nosso casamento, em que ela estava maquiada. Ela, inclusive está no médico, passou mal com a situação. Tem gente ligando, atacando e perguntando. Ela foi avaliada por uma banca de três pessoas e mesmo sem cota teve pontuação suficiente para passar no concurso. Ela foi exposta injustamente e registramos um boletim de ocorrência”, disse o marido.

Na página, os responsáveis dizem que vão manter a publicação por entender que o assunto precisa ser esclarecido. "Vamos deixar aqui para que o pessoal questione a banca quanto ao critério de avaliação para COTAS DE NEGROS, a qual você teve FAVORÁVEL. Enquanto isso, vários negros de fato, tiveram o pedido NÃO FAVORÁVEL.

A página realizou duas publicações nesta terça-feira. A primeira publicação que difamava e expunha fotos da participante foi apagada. Já o segundo post pede para que os internautas questionem a banca, mas, ainda, utiliza fotos da candidata.

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