Empresa diz que funciona há seis anos e não oferece risco aos voos
A empresa Campo Grande Fertilizantes Orgânicos Indústria e Comércio rebateu as denúncias, apresentadas em ação civil pública pelo MPE (Ministério Público Estadual), de que oferece riscos para os voos no Aeroporto Internacional da Capital. Em nota, a companhia alega que funciona há seis anos e nunca “ocorreu qualquer tipo de incidente aéreo perto da empresa.
Segundo a ação do MPE, os riscos ocorrem em função de atividades que atraem aves e pássaros nas proximidades de aeródromos (área destinada ao pouso, à decolagem e à movimentação de aeronaves) em Campo Grande. O MPMS pede imediata a suspensão das atividades da empresa, através de liminar.
O Aeroporto Internacional de Campo Grande foi incluído na Lista de Aeródromos Prioritários para o Gerenciamento do Risco Aviário, pois foram registradas 77 colisões com aves entre os anos de 2009 e 2011. No período compreendido entre 2009 a 2013 houve, até o momento, 114 colisões de aeronaves com pássaros, segundo a ação.
No entanto, a Campo Grande Fertilizantes Orgânicos rebate os números do promotor de Defesa do Meio Ambiente, Alexandre Raslan. “A mesma nunca causou e não causa risco aviário, já que está instalada e devidamente licenciada desde 2007 e nesses mais de 6 anos de operação nunca ocorreu qualquer tipo de incidente aéreo nas proximidades da empresa”, frisa, por meio de nota.
“O próprio Inquérito Civil, que tramita há quase dois anos e ainda não está concluído, reuniu provas firmes e suficientes que a empresa não gera risco aviário; contém laudos oficiais da Infraero, de vários Biólogos, Prefeitura, Instituto Ambiental de Criminalística, dentre outros, e todas as provas, segundo afirma a empresa, retiram a força da ação civil pública. Além disso, nunca houve, como esclarece a empresa, qualquer vistoria dos órgãos da aeronáutica que investigam risco aviário, uma vez que tais situações nunca ocorreram naquelas imediações”, rebate.
“Embora existam muitas ocorrências com aves registradas no Aeroporto de Campo Grande, como informado pelo MP na ação civil pública, não existe uma só ocorrência em suas imediações”, ressalta.
“A ação é improcedente, já que desde outubro de 2012, antes de sua propositura, a Organoeste transferiu sua compostagem para outra área, em frente ao aterro sanitário municipal, fora do núcleo da Área de Gerenciamento de Risco Aviário (AGRA). Tal atitude se deu em parceria com o Município de Campo Grande que incentivou a transferência, já que existe interesse municipal na operação dessa e de outras empresas que desempenham papel fundamental na reciclagem de resíduos e no cumprimento dos Planos municipal, estadual e nacional de resíduos sólidos”, conta.
Em média, são duas mil toneladas de resíduos orgânicos por mês, sem gerar um só quilo de resíduo.