“Se fosse pobre, já estava preso”, diz pai de garoto atropelado por PF
Familiares protestaram em frente a delegacia de Polícia Civil da cidade, pedindo a prisão do policial
Familiares de três jovens atropelados segunda-feira (13) fizeram um protesto na manhã desta quinta-feira (16), na porta da Delegacia de Polícia Civil de Naviraí – distante cerca de 366 quilômetros de Campo Grande. As famílias pedem a prisão do policial federal, que não teve a identificação divulgada, suspeito de ter cometido o atropelamento em que Everton da Silva Pessoa, 17 anos, morreu e outras duas pessoas ficaram feridas.
A família acredita que esteja havendo algum favorecimento ao policial, já que três dias se passaram desde o acidente e, até então, ele não foi preso. “Só com conforto de Deus e os amigos da gente para aguentar isso. Porque é muito triste um pai perder um filho nessa idade, por imprudência de uma pessoa, e essa pessoa continuar solta”, disse o pai de Everton, Jose Antonio Leolino Pessoa, 47 anos.
O pai diz que ficou surpreso ao saber que o filho, a sobrinha e uma amiga dos dois haviam sido atropelados por um policial. “A gente nunca espera que uma coisa dessas vá acontecer, ainda mais sendo um policial. Atropelar três jovens daquele jeito e ainda fugir sem prestar socorro, isso é muito grave”, disse.
Conforme José, o delegado responsável pelo caso, Eduardo Lucena, disse que o policial iria se apresentar a polícia na tarde desta quinta-feira (16). “A gente realmente espera que isso aconteça, porque não é certo ele ficar solto”, diz.
Além de Everton, ficaram feridas no acidente Bianca Pessoa, 18 anos, e uma adolescente de 17 anos. Bianca precisou ser levada à Dourados, onde está internada. As duas jovens se recuperam bem do acidente, segundo familiares.
Acidente - Conforme apurado pelo Campo Grande News, as vítimas saíram de um show e seguiam pela avenida em direção ao Centro da cidade, junto com mais dois amigos, quando um carro desgovernado atropelou os três.
O carro envolvido no atropelamento seria uma viatura da PF, descaracterizada, conduzida pelo policial. Além das circunstâncias do atropelamento, a polícia apura a informação de que o policial estaria embriagado.
Posicionamento da PF – À reportagem, a Polícia Federal, por meio da assessoria de imprensa, confirmou as informações apuradas e informou que instaurou procedimento administrativa interno para saber a responsabilidade do policial no acidente, além de eventuais infrações administrativas, já que ele estaria utilizando uma viatura da PF sem autorização.
Informou, ainda, que o policial é do Rio de Janeiro e estava em uma missão na cidade do interior de Mato Grosso do Sul. A PF não informou o atual paradeiro do policial, que deve responder por homicídio culposo, lesão corporal culposa na direção de veiculo automotor, evasão de local de acidente e omissão de socorro.