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Interior

Acusados de corrupção e tráfico, seis policiais civis estão presos há 8 dias

Investigados estão sendo ouvidos pelo Gaeco desde a semana passada; delegado prestou depoimento ontem

Helio de Freitas, de Dourados | 03/05/2022 10:09
Movimentação na 2ª DP de Ponta Porã, no dia das buscas do Gaeco. (Foto: Direto das Ruas)
Movimentação na 2ª DP de Ponta Porã, no dia das buscas do Gaeco. (Foto: Direto das Ruas)

Os seis policiais civis da ativa e aposentados, presos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no dia 25 de abril no âmbito da Operação Codicia (ganância, em espanhol), completam nesta terça-feira (3), oito dias na cadeia.

Adriana Jarcem da Silva, Valdenei Peromalle, Marcio André Molina Azevedo, Mauro Ranzi, Rogério Insfran Ocampos (perito criminal) e Jonatas Pontes Gusmão, o “Jhow”, são investigados por integrar organização criminosa montada na Polícia Civil em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande). O grupo é acusado de cobrar propina para liberar veículos recuperados e até tráfico de drogas desviadas do depósito da polícia.

Além dos seis policiais, também continuam presos os irmãos Ricardo Alexandre Olmedo e João Batista Olmedo Júnior (os oito estão presos preventivamente) e Marcos Alberto Alcântara, com prisão temporária válida por 30 dias.

João Batista Olmedo Júnior, Adriana Jarcem da Silva e Valdenei Peromalle foram transferidos para Campo Grande na semana passada, por falta de vaga no presídio de Ponta Porã. Jonatas Pontes Gusmão, que estava de férias no dia da operação, foi preso em Goiás e deve ser removido para Mato Grosso do Sul nesta semana.

João Batista e Ricardo Olmedo são irmãos do policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o “Vlad”, implicado no âmbito da Operação Omertà. Os dois e Marcos Alberto Alcântara seriam compradores de drogas supostamente desviadas do depósito da polícia pelo escrivão Jonatas Pontes Gusmão.

Pedido de liberdade – Mauro Ranzi foi o único até agora que entrou com pedido de relaxamento da prisão, em recurso enviado ao juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal da Capital (tramita a ação penal).

Seus advogados citam falta de motivação para a manutenção da prisão preventiva, alegam que o policial não é citado como integrante dos dois núcleos apontados pelo Gaeco e afirmam que as transferências de dinheiro para a conta bancária dele, feitas por Valdenei Peromalle, são relativas ao pacote de TV por assinatura que Ranzi divide com colegas da polícia. O juiz ainda não se manifestou.

Além dos oito presos, aparecem entre os investigados o delegado de polícia Patrick Linares da Costa, que chefiou a 2ª Delegacia de Polícia (onde os crimes eram praticados, segundo o Gaeco), a escrivã aposentada Doelza Lopes Ferreira, Elisandro Ostergerg e o policial civil aposentado Ronaldo Medina. O Gaeco também queria a prisão desses quatro investigados, mas o pedido foi negado pelo juiz.

Depoimentos – Desde a semana passada, os investigados estão sendo ouvidos pelo Gaeco. Os depoimentos ocorrem em Ponta Porã e Campo Grande.

Afastado das funções por ordem judicial e impedido pelo Tribunal de Justiça de ser empossado como juiz substituto (a posse seria na quarta-feira passada), o delegado Patrick Linares da Costa prestou depoimento ontem, na Capital.

Patrick manteve a alegação de inocência, disse que não tinha conhecimento de qualquer ilegalidade envolvendo policiais na liberação de veículos e negou ter recebido “bônus” de seguradoras relativas a veículos recuperados na fronteira.

“Estamos cientes da inocência dele e acreditamos que no futuro essa investigação vai ser arquivada”, disse o advogado Diego Marcos Gonçalves, que atua na defesa do delegado.

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