Adepol divulga nota em apoio a delegado acusado de agredir advogado
A diretoria da Adepol/ MS (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) divulgou na manhã deste sábado (08), uma nota declarando apoio ao delegado Messias Pires dos Santos Filho. Ele foi acusado de dar um soco no advogado Ruvonei Otero na 1ª DP (Delegacia de Polícia Civil) de Três Lagoas - cidade localizada a 338 km de Campo Grande e depois prendê-lo em flagrante.
De acordo com o documento, a Adepol considera correta a “postura em legítimo ato flagrancial em desfavor de um advogado militante”, sendo o ato “revestido de toda legalidade, foi imediatamente levado ao conhecimento da autoridade judiciária a quem compete providências outras”.
Na nota, a associação não comentou sobre a acusação de agressão, feita pelo advogado contra o delegado, apenas ressaltou que a instituição tem “absoluto respeito aos profissionais que exercem seu mister dentro dos limites legais, máxime a figura do advogado, indispensável para a aplicação da justiça”
O documento foi assinado pelo presidente da associação Jefferson Nereu Luppe.
Discussão - Uma discussão entre o delegado Messias Pires e o advogado Ruvonei Otero teria terminado em agressões físicas na tarde desta sexta-feira (7). Ruvonei levou um soco, ficando ferido, e depois foi preso em flagrante.
Otero teria ido à delegacia para tentar liberar a van de um cliente, que estava apreendida pela polícia por suspeita de ser usada em crime eleitoral, no início de setembro, conforme informações do Jornal do Povo.
Na tentativa de liberar o veículo, os dois teriam iniciado uma discussão que terminou em agressões que cessaram após a prisão de Otero. A foto do advogado passou a circular pelas redes sociais, com o rosto dele ensanguentado.
Em contato com o delegado envolvido no caso, ele afirmou que não poderia comentar a situação, ficando isso a carga da chefia, mas negou a agressão e confirmou a prisão em flagrante. Já a assessoria da Polícia Civil promete se posicionar em breve.
Segundo o representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Três Lagoas, Antonio Corcioli, o grupo busca uma maneira de colocar o advogado em liberdade, seja pagando fiança ou impetrando habeas corpus. Em nota, a seccional estadual da OAB repudiou a situação, já que Otero estava no exercício da profissão.
A OAB também afirmou que irá cobrar das autoridades competentes a apuração dos fatos e aplicação das sanções cabíveis, independente das circunstâncias em que ocorreu a prisão. "A OAB/MS ressalta, mais uma vez, que não tolera a violação de prerrogativas profissionais ou abuso de autoridade", destaca a entidade na nota.