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Interior

Além de dinheiro vivo, operação apreendeu 6 veículos e R$ 307 mil em cheques

Dinheiro e cheques estavam com empresário, um dos 4 investigados por fraudes no Detran de Juti

Helio de Freitas, de Dourados | 08/11/2022 15:47
Dinheiro, cheques e documentos encontrados em cofre de empresário (Foto: Divulgação)
Dinheiro, cheques e documentos encontrados em cofre de empresário (Foto: Divulgação)

Chegou a quase meio milhão de reais em dinheiro vivo e cheques o montante apreendido no âmbito da Operação Resfriamento, deflagrada hoje (8) para desmantelar esquema de fraudes na agência do Detran/MS em Juti, a 311 km de Campo Grande.

Além de R$ 153,2 mil em espécie, foram apreendidos 307.795,00 em cheques. A reportagem apurou que o dinheiro e os cheques estavam em cofre no endereço de um dos investigados, o empresário Jefferson Cassavara, em Juti.

Além dele, são investigados o atual gerente da agência do Detran em Juti e ex-vereador Adriano Passarelli, o servidor do órgão de trânsito Marcel Libert Lopes Cançado e o despachante de Dourados João Ney Pereira da Silva. Os dois últimos foram presos hoje. Marcel ocupou o cargo de gerente da agência por um período.

Comandada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, a operação também apreendeu um Toyota Corolla, uma Hyundai Santa Fé, um Volkswagen Nivus, uma caminhonete Amarok, uma CBR 500 e uma Bros 160.

Em nota, o Dracco informou que além do dinheiro, cheques e veículos, os oito mandados de busca e apreensão também resultaram em grande quantidade de documentos arrecadados para perícia. Foram seis mandados em Juti e dois em Dourados – na casa do despachante no Jardim Flórida e no escritório, na Vila Alba.

Marcel Libert e João Ney Pereira da Silva foram ouvidos e levados para a cadeia. A prisão temporária é de cinco dias, mas pode ser prorrogada por igual período ou até mesmo convertida em preventiva (sem prazo definido).

A investigação, com participação da Corregedoria de Trânsito do Detran, revelou esquema de emissão de documentos de veículos irregulares na agência do Detran em Juti.

Veículos irregulares e até mesmo de outros estados seriam regularizados no local através de informações falsas e pagamento de propina a servidores. Os carros não passavam por vistorias de segurança. Em alguns casos, não chegavam nem a entrar em Mato Grosso do Sul.

Como moravam fora de MS, os proprietários dos veículos usavam endereços falsos, como se fossem residentes em Dourados. Através do esquema, duas carretas quatro eixos foram documentadas no Detran de Juti quando ainda era proibida a circulação desse tipo de veículo no Brasil. Os quatro eixos só foram liberados em janeiro de 2022.

Conforme o Dracco, as investigações continuam, pois existem indícios de que a organização criminosa “esquentou” dezenas de veículos irregulares na agência, com circulação de dinheiro entre o gerente da unidade e pessoas ligadas a ele.

A Justiça decretou a prisão de Marcel Libert como suspeito de ter sido o responsável pela liberação irregulares de veículos e do despachante douradense por intermediar os processos.

Sobre Adriano Passarelli e Jefferson Cassavara, o Dracco informou que o vínculo deles com a organização ainda está apuração.

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