Alunos estão há um mês sem aula devido às chuvas e vias danificadas
Secretária de Educação de Coronel Sapucaia, Roseni Martins, afirma que de sexta (27) até domingo (29), choveu 370 milímetros na região.

Pelo menos 130 alunos não conseguem ir à escola há um mês devido aos estragos causados pelas chuvas nas estradas de Coronel Sapucaia - distante 400 km de Campo Grande. De acordo com a Secretária de Educação da cidade, Roseni Martins, como as chuvas não param não há previsão de retorno dos alunos para a escola.
A secretária lembra que, além dos 80 indígenas da Aldeia Curussu Ambá 3 que estão sem ir è escola há um mês, cerca de 50 alunos da Colônia Brasil, zona rural do município estão ilhados há duas semanas.
Ela explica que as chuvas não param e as obras que estavam sendo realizadas para amenizar o problema foram prejudicadas por conta da chuva do último fim de semana. “Não vamos brigar com Deus porque a chuva não para, não é mesmo?", comenta Roseni.
A secretária fala que não é possível fazer o itinerário que os ônibus costumavam fazer e que os motoristas vão até onde não corre o risco de atolamento. "Há lugar de brejo, então não adianta buscar as crianças para ficará atolada no meio do caminho”, lamenta a secretária.
De acordo com Jean Lunardi, chefe de gabinete da prefeitura, as máquinas estavam cumprindo a data estipulada no calendário das obras, mas a chuva de sábado prejudicou todo o trabalho realizado. Ele explica que o excesso de água prejudica não só a ida às aulas, mas toda a economia.
“Nem os produtores conseguem escoar os produtos porque a estrada interditada. Há regiões que a água mina. Já colocamos cascalhos, mas não tem jeito, a lama sempre volta”, diz o chefe de gabinete.

O indígena Ismarth Martins, mora na aldeia Curussu Amá 3 diz que estar cansado da situação. “Fui na Funai em Ponta Porã falando que a prefeitura não arruma as estradas, que há um total descaso pela gente e que os alunos estão sem aulas há 30 dias. Eles me encaminharam para o MPF (Ministério Público Federal) e foi aberto um inquérito”.
Com um novo decreto publicado nesta quarta-feira (01) informando situação de emergência na cidade por mais 180 dias, a prefeita Nilcéia Alves de Souza (PR), afirmou que o município não tem qualquer condições de resolver este problema sozinho.
“Espero ter um apoio incondicional do Governo poque o município não tem condições de resolver”. Nilceia afirma que chove diariamente desde o dia 10 de maio e as obras só poderão ser realizadas quando a água parar. “Estamos rezando para que o tempo colabore”.
Sobre os alunos, ela informa que as rede municipal e estadual que precisam de ônibus estão o transporte prejudicado. Nesta quarta-feira, a prefeita fará uma reunião com o secretário da Seinfra (Secretaria estadual de Infraestrutura), Marcelo Miglioli a fim de tentar resolver as questões das estradas vicinais,que será tratada pela pasta por conta da urgência.
“A defesa civil estadual sinalizou que o Estado também irá decretar emergência para conseguir um novo apoio para a cidade”, finaliza Nilcea.