Alvo da PF, empresário nega lavagem de dinheiro e diz confiar na Justiça
Em nota, defesa de Ronaldo Mendes Nunes diz que não há denúncia de tráfico e vê “julgamento antecipado”
Alvo da Operação Sanctus, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro do ano passado, o empresário Ronaldo Mendes Nunes se manifestou sobre as investigações através de nota enviada nesta segunda-feira (15) pela sua defesa.
Segundo o advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel, Ronaldo Mendes não está sendo acusado por tráfico de drogas como foi informado no âmbito da operação, e diz que a denúncia contra ele é somente por lavagem de dinheiro em questões pontuais, sendo a principal delas relacionada ao Restaurante Audaz, que funcionava em Dourados e está fechado há sete meses, por ordem da Justiça.
A defesa afirma que o empresário vem sendo submetido a “julgamento antecipado” e diz lamentar a “tática usada pelas autoridades policiais de se valerem da imprensa, ainda quando a investigação estava sob segredo de justiça, para divulgação do ponto de vista acusatório, buscando linchamento virtual, sem oportunidade de defesa”.
“Tal conduta deve, no Estado Democrático de Direito, ser rechaçada e veementemente repudiada, pois contrasta com o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal previstos na Constituição Federal”, afirma a nota.
Ainda conforme a defesa, Ronaldo Mendes nunca teve veículo de sua propriedade apreendido com droga e que não possuiu avião ou bens de luxo, como foi divulgado.
Sobre o fato de o empresário não ter sido localizado no dia da operação, a defesa nega a informação de que ele tenha recebido ajuda em território paraguaio para escapar da ação policial. Na época dos fatos, houve informação de que Ronaldo teria sido ajudado pelo deputado do Paraguai Eulalio Gomez, o que, segundo a defesa, não foi confirmado pela própria Polícia Federal.
“Quanto a esse ponto, a PF e a Senad/PY, mesmo após intensa vigilância, não conseguiram reunir elementos concretos capazes de confirmar a suposta fuga de Ronaldo Mendes para evitar sua prisão. A Polícia Federal confessou, na investigação, que não foi possível ‘afirmar com certeza’ que uma das pessoas que estava no veículo abordado era Ronaldo Mendes, sendo, portanto, tal suspeita mera ilação das autoridades de investigação”, afirma o advogado.
Restaurante – Sobre o Restaurante Audaz, a defesa de Ronaldo Mendes afirma que se tratava de estabelecimento comercial com grande número de clientes, especialmente no período noturno e, consequentemente, obtendo lucro diário.
“Sem um adequado aprofundamento das provas, é inadmissível falar que o Restaurante Audaz tinha funcionamento de ‘fachada’, visto que, o restaurante funcionava e tinha receita própria, fato incontroverso. Para se saber se os resultados financeiros eram suficientes para o manter, será necessária instrução do processo, sendo prematura, precária e superficial essa afirmação”.
Segundo a defesa, o Audaz era um dos mais sofisticados e recomendados pela sociedade de Dourados. “Há apenas suspeitas de lavagem por meio do Restaurante Audaz, as quais necessitam, sobremaneira, de maior aprofundamento e concretude, não se admitindo conclusões que sejam precipitadas, como vem sendo feitas pela Polícia até agora”.
O advogado do empresário afirma ainda que, sem uma perícia de evolução patrimonial, “até agora não realizada nem pela Policia Federal, nem pela Receita Federal”, não existem elementos sólidos sobre a realidade do faturamento do restaurante, “não se podendo, antecipada e precipitadamente, dizer que fazia uso de recurso ilícitos”.
Por fim, a defesa diz confiar no sistema de Justiça brasileiro, “o qual, baseado nos direitos assegurados na Constituição Federal, no princípio da presunção de inocência e do devido processo legal, permite a ampla defesa e no qual, ao final, provará que Ronaldo Mendes não cometeu qualquer ilícito, sendo inocente de tais acusações”.
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