Antes de ser executado em bar, filho de secretária teria prometido voltar armado
Pedro Henrique Evangelista Bahia, foi retirado de bar após brigar com segurança, segundo dono do local
Vídeo de outro ângulo, que circula nas redes sociais, mostra o momento em que Pedro Henrique Evangelista Bahia, 24 anos, chega com a arma em punho ao bar onde foi executado por policial militar. O caso aconteceu na região central de Jardim, cidade a 236 quilômetros de Campo Grande.
Na imagem é possível ver Pedro chegando ao bar com a arma na mão. Ele conversa com um homem, aparentemente uniformizado e já se vira para a porta do local apontando a arma para quem estava na entrada.
Um dos policiais militares, que estavam de folga no bar, sai com a arma em punho. Os dois ficam com as armas apontadas um para o outro, momento em que o militar empurra a mão de Pedro para baixo e um tiro é dado pelo rapaz.
O policial então atira contra Pedro que caminha até cair em frente a um carro estacionado. Outro militar, também armado, sai de dentro do bar e os dois agentes vão até onde o rapaz está e, um deles, chega a mexer na vítima com o pé.
Pedro foi atingido por três disparos e chegou a ser socorrido para e levado para o Hospital Marechal Rondon, em Jardim, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Um boletim de ocorrência chegou a ser registrado contra o rapaz por ameaça e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
Boletim de ocorrência - À polícia, o dono do estabelecimento, que não teve a identidade divulgada, contou que o rapaz, que é filho da secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Cultural da cidade, Delaine Evangelista Bahia, foi retirado do local após uma briga com o segurança e disse que voltaria armado.
O homem então acionou a PM (Polícia Militar) que realizou rondas para tentar achar Pedro, mas quando o encontraram ele já estava na frente do bar caído ao solo. Conforme o boletim de ocorrências, o rapaz voltou ao local em uma camionete Hillux branca e já desceu com a arma em punho “apontando para várias pessoas”.
Neste momento, as pessoas que estavam em frente ao local começaram a gritar “ele está armado”. Dois dos policiais que estavam dentro do bar saíram e foram em direção a Pedro já se identificando e pedindo que ele baixasse a arma. O rapaz não teria obedecido e apontou a arma para um deles e acionou o gatilho.
Os dois policiais então dispararam contra o rapaz “a fim de cessar a injusta agressão” - diz o boletim e ocorrência – e o terceiro militar de folga chegou a sacar também a arma, mas acabou não efetuando nenhum disparo. Eles então teriam ligado para o 190 e informado sobre a ocorrência, além de acionarem o Corpo de Bombeiros que levaram Pedro para o hospital, onde ele não resistiu e morreu.
Ainda conforme o registro policial, os militares foram levados para o 11º Batalhão da Polícia Militar, para os “procedimentos de praxe” e em seguida foram apresentados na 1ª Delegacia de Polícia Civil junto com a arma de fogo apreendida com Pedro Henrique.
Inquérito militar foi instaurado para apurar os fatos. Os militares foram afastados e farão acompanhamento psicológico até que tudo seja esclarecido.