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Interior

Comitê internacional busca ajuda para brasileiros que estudam no Paraguai

Doze mil brasileiros estudam em Pedro Juan Caballero; boa parte deixou cidade, mas alguns continuam em território paraguaio

Helio de Freitas, de Dourados | 18/03/2020 18:19
Com sala vazia, professora da Universidade Central do Paraguai, em Pedro Juan Caballero, ministra aula à distância a estudantes de medicina (Foto: Divulgação)
Com sala vazia, professora da Universidade Central do Paraguai, em Pedro Juan Caballero, ministra aula à distância a estudantes de medicina (Foto: Divulgação)

O Comitê Internacional do Coronavírus, criado nesta semana entre autoridades de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), cidade a 323 km de Campo Grande, vai se reunir nos próximos dias para definir ajuda aos estudantes de medicina brasileiros que ainda permanecem em território paraguaio.

Desde segunda-feira (16), o país vizinho está em estado de emergência sanitária por causa da pandemia do novo coronavírus. As fronteiras com os outros países da América do Sul, inclusive na Linha Internacional com Mato Grosso do Sul, estão sendo fechadas pelas Forças Armadas paraguaias.

Pelo menos 12 mil brasileiros frequentam os cursos de medicina em universidades instaladas em Pedro Juan Caballero. Nesta semana, por recomendação do Ministério da Saúde paraguaio, as aulas foram suspensas por 15 dias e os estudantes liberados para voltarem para casa.

O Campo Grande News apurou que a grande maioria já deixou o território paraguaio. Muitos moram em cidades sul-mato-grossenses e em estados próximos, como São Paulo e Paraná.

Entretanto, alguns estudantes, principalmente os que residem em cidades distantes, continuam no Paraguai e submetidos às restrições impostas pelo governo daquele país para tentar impedir a proliferação do vírus, como “toque de recolher” das 20h às 4h e o Exército nas ruas para evitar aglomerações.

Não há impedimento do governo paraguaio para eles deixarem o país, mas alguns enfrentam até mesmo limitação financeira para voltar para casa.

Nesta quarta-feira (18), o secretário municipal de Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira, recebeu a visita do cônsul do Brasil no Paraguai, Vítor Hugo Irigaray, para debater uma saída diplomática de apoio aos estudantes brasileiros.

Segundo o cônsul, o que precisa ser discutida é a logística médica e hospitalar para atender esses brasileiros em território estrangeiro diante de eventual contaminação por coronavírus, pois a fronteira entre Paraguai e Brasil está fechada. Marcelino Nunes disse que em breve o Comitê Internacional do Coronavírus vai se reunir para analisar a situação dos estudantes brasileiros no exterior.

Universidades – O decreto presidencial de estado de emergência sanitária suspendeu as aulas em todas as instituições de ensino públicos e privados do Paraguai. Uma das mais bem estruturadas de Pedro Juan Caballero, a UCP (Universidade Central do Paraguai), suspendeu na semana passada as aulas presenciais no polo da cidade vizinha de Ponta Porã e em Ciudad Del Este.

O diretor da UCP, Karlos Bernardo, disse que nesse período as aulas de graduação em medicina serão ministradas à distância, utilizando o sistema que já é usado nos cursos de mestrado e pós-graduação.

“Com as decisões tomadas pelas autoridades vamos mudar a forma de ministrar as aulas sem que haja grande prejuízo para nossos alunos. Temos grande estrutura e como já oferecemos várias atividades em nossa plataforma virtual, vamos apenas fazer as adaptações necessárias e as aulas poderão ser acompanhadas de onde os alunos estiverem”, disse o brasileiro Karlos Bernardo.

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