Deputado pede apoio da Força Nacional para pacificar conflitos
Após visitar as três fazendas ocupadas nesta semana na região de Amambai, Paulo Pimenta procurou Ministério da Justiça e relatou risco de novos confrontos
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), pediu ao Ministério da Justiça o envio da Força Nacional de Segurança Pública para a região de Amambai, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, para evitar novos confrontos entre índios e produtores rurais.
A solicitação foi feita ontem à noite ao ministro José Eduardo Cardozo, depois de Paulo Pimenta visitar as três propriedades ocupadas nesta semana por índios guarani-kaiowá – fazenda Madama, em Coronel Sapucaia, e Água Boa e 27 Estrelas, em Aral Moreira. De acordo com a assessoria do congressista gaúcho, o Ministério da Justiça atendeu ao pedido.
Aral Moreira – Conforme a assessoria de Paulo Pimenta, nas duas fazendas em Aral Moreira existem pelo menos 284 índios, das quais 80 crianças. Os guarani-kaiowá lutam pela demarcação da área como aldeia Guaiviry.
“O deputado Pimenta informou ao Ministério da Justiça a gravidade da situação, já que poderia haver conflito nesta madrugada. As reivindicações são no sentido de que a Força Nacional garanta a segurança dos indígenas. O ministro da Justiça autorizou a atuação da Força para evitar nos conflitos”, afirmou o assessor ao Campo Grande News.
Confronto – Na quarta-feira (24), produtores rurais e índios entraram em confronto na fazenda Madama, em Coronel Sapucaia. Ontem, Pimenta foi ao local acompanhado do procurador da República em Ponta Porã, Ricardo Pael Ardenghi.
Os índios informaram às autoridades que três pessoas estavam desparecidas desde o confronto de quarta – uma mulher, cuja identidade não foi informada, e duas crianças, são Diogo Pereira, 10, e Jeremias Martins, 11.
Nesta sexta o deputado falou com os índios e recebeu a informação de que a mulher e uma das crianças foram encontradas. O garoto - não se sabe qual dos dois - estava no mato e foi encontrado com ferimentos provocados por galhos e espinhos quando tentava se esconder.
Seis motocicletas, documentos pessoais, celulares, bicicletas e roupas dos índios teriam sido queimados pelos fazendeiros. Apesar do confronto, os índios permanecem na fazenda e reivindicam a demarcação do “Tekoha Kurusu Ambá”.