Em Dourados, comerciantes fecham lojas e vão para quartel
Ato em protesto contra vitória de Lula ocorre em frente à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada
Pelo menos 200 estabelecimentos comerciais de Dourados (a 251 km de Campo Grande) aderiram nesta segunda-feira (7) aos protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No segundo turno, dia 30 de outubro, o petista derrotou o atual presidente por 2.139.645 votos de diferença. Na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, Bolsonaro recebeu 81.016 votos e Lula, 47.910 votos.
O número de empresas que já aderiu ao protesto é baseado na lista de adesão que circulou no final de semana, mas os organizadores do ato ainda não divulgaram estimativa de quantas lojas de fato fecharam as portas hoje.
A reportagem percorreu as principais avenidas de Dourados nesta manhã e constatou que a maioria dos estabelecimentos de portas fechadas é formada por empresas ligadas ao agronegócio, lojas de materiais de construção e garagens de revenda de veículos usados.
Na Avenida Hayel Bon Faker, considerada o corredor agrícola de Dourados, a maior parte das lojas de venda de peças, de máquinas e de acessórios utilizados pelo agronegócio está fechada. Algumas afixaram bandeiras do Brasil e faixas na cor preta, sinalizando o luto contra o resultado das urnas.
Assim como ocorreu no feriado de Finados, os douradenses revoltados com a vitória de Lula estão concentrados em frente à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada do Exército, na Avenida Guaicurus, que liga o centro ao aeroporto e à Cidade Universitária.
Nenhuma entidade assumiu até agora a organização dos atos em Dourados. A “convocação” para a paralisação foi feita por redes sociais e através de grupos bolsonaristas no aplicativo WhatsApp.
Em nota oficial, a Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados) informou que não recomendou o fechamento do comércio nesta segunda-feira.
“Neste momento temos que ter equilíbrio emocional. Acreditamos que as manifestações são legais e de forma democrática estão ocorrendo pacificamente. Cada cidadão tem o livre arbítrio em suas ações e é consciente de suas responsabilidades. Portanto, exerça sua cidadania e participe da referida paralisação, se assim for de sua vontade”, diz a entidade.