Em greve há quase um mês, professores fazem mutirão para doar sangue
Servidores municipais de educação iniciaram paralisação no dia 23 de junho e devem voltar das férias ainda em greve
Em greve desde o dia 23 de junho, professores e servidores administrativos da rede municipal de ensino de Dourados estão doando sangue na manhã desta quarta-feira (20). Dezenas de educadores foram ao Hemocentro, localizado na Vila Industrial, a convite do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).
De acordo com a assessoria do sindicato, a doação de sangue faz parte das atividades de férias da categoria, iniciada no dia 11 junto com as férias dos alunos de escolas e centros de educação infantil do município.
A greve dos educadores da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul teve adesão apenas parcial. Conforme o sindicato, das 45 escolas municipais, 22 delas, centro três das sete indígenas, aderiram totalmente à greve. Nas demais escolas e nos 40 centros de educação infantil a paralisação é parcial.
A rede municipal de ensino de Dourados tem pelo menos quatro mil servidores efetivos, que cobram da prefeitura o cumprimento da lei do piso salarial dos professores para jornada de 20 horas e reajuste do grupo administrativo.
Entre os itens não cumpridos, segundo o sindicato, estão a incorporação do adicional de incentivo ao magistério municipal, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril, percentual da diferença do piso para 20 horas em outubro, negociado durante a greve de 2014 e previsto em lei, e a reposição da inflação ao grupo administrativo, sem correção desde 2015.
No vermelho – No dia 8 deste mês, a prefeitura informou que não tem dinheiro para atender as reivindicações dos educadores. O município também se recusa a abrir negociações enquanto a greve continuar.
Segundo técnicos da Secretaria de Finanças do município, a previsão é começar a adotar em outubro as medidas anunciadas há dois anos e reivindicadas pelos professores. O motivo é a queda na arrecadação tanto própria quanto de repasses federais, que se acentuou com a crise do país.
“Está faltando dinheiro. Aumentar o gasto de recurso próprio com a educação significa sacrificar outras áreas e tirar dinheiro da saúde, por exemplo”, afirmou o diretor de contabilidade Rosenildo da Silva França.