Em janeiro, vacinação contra febre amarela aumentou 4 vezes na fronteira
Maior procura está entre estudantes brasileiros que estão sendo impedidos de fazer matrícula caso não apresentem o cartão de vacinação
Só no primeiro mês do ano, mais de 800 pessoas procuraram uma unidade de saúde em Ponta Porã, a 323 quilômetros de Campo Grande, para se vacinar contra a febre amarela. A estatística é da coordenação de imunização do município, que afirmou terem sido aplicadas apenas 211 doses em dezembro.
De acordo com o coordenador de Imunização na fronteira, Robson Pedrozo, a procura maior tem sido de estudantes de medicina do país vizinho. "Temos informações de que as faculdades do Paraguai só vão aceitar os alunos mediante comprovante de vacinação contra febre amarela, então acreditamos que esses números vão aumentar ainda mais", afirmou.
De acordo com os acadêmicos que procuraram pela vacina, a falta da documentação que comprova a imunização impede que novos alunos façam a matrícula em universidades paraguaias. Nem mesmo os mais antigos estariam conseguindo refazer a matrícula sem a carteirinha.
"Parte dos alunos moram em outros estados e quase ninguém trouxe a carteirinha, por isso, a procura aumentou", afirmou uma funcionária do setor de vacinação. Diante dos surtos de febre amarela em alguns estados, o Governo do Paraguai passou a exigir de brasileiros o certificado internacional de vacinação contra a doença de brasileiros.
O documento é emitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e em Mato Grosso do Sul, o comprovante só é impresso no Aeroporto Internacional de Campo Grande. As recomendações da vigilância para os paraguaios são as mesmas que o Ministério da Saúde faz aos brasileiros. Viajantes devem ser vacinados com pelo menos 10 dias de antecedência da viagem e basta ter se vacinação uma vez na vida para estar imunizado.
Bolívia - Apesar do balanço oficial ainda estar sendo finalizado, a procura pela vacina da febre amarela também aumentou na fronteira com a Bolívia. Segundo o setor de imunização, a procura maior tem sido de quem vai viajar e de bolivianos.
"Bolivianos estão procurando bastante também, mas estamos avaliando caso por caso. Aqueles que moram aqui no lado brasileiro ou que vão viajar, nossas equipes vacinam", afirmou Ney Laudenilson, assistente administrativo do núcleo de imunização.
Sobre a possibilidade das Universidade bolivianas exigirem o cartão comprovando a vacinação, Ney revelou que o setor ainda não foi notificado. "Existe a procura, mas não fui informado se as universidades estão exigindo comprovantes", revelou.
Ainda segundo ele, a média de vacinação é de 200 aplicações a cada mês, mas só em dezembro foram vacinadas 615 pessoas. "Acredito que esse mês a procura tenha sido maior ainda", finalizou.