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Interior

Filho de vereador é procurado por morte de Betão e policial civil

Pistoleiro e policial, mortos e queimados em Hilux, estavam em Bela Vista para receber uma dívida; vereador também foi preso, mas advogado diz que apenas por porte ilegal de arma

Helio de Freitas, de Dourados | 26/05/2016 10:08
Oscar Ferreira Neto é procurado pelo Garras na região de Bela Vista (Foto: Reprodução/Facebook)
Oscar Ferreira Neto é procurado pelo Garras na região de Bela Vista (Foto: Reprodução/Facebook)
Vereador Eyde Leite foi preso por porte de revólver calibre 357 (Foto: Divulgação)
Vereador Eyde Leite foi preso por porte de revólver calibre 357 (Foto: Divulgação)
Guilherme morreu na cela do Garras (Foto: Reprodução/Facebook)
Guilherme morreu na cela do Garras (Foto: Reprodução/Facebook)

Oscar Ferreira Neto, morador em Caracol, a 364 km de Campo Grande, está sendo procurado por suspeita de participação na morte do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, 36, e do pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, 55, o Betão. Os dois foram encontrados carbonizados, dentro da caminhonete de Betão, uma Toyota Hilux, no dia 21 de abril deste ano, perto do lixão de Bela Vista, município vizinho a Caracol.

Policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros) e da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) estão desde ontem na região de Bela Vista para prender os envolvidos no duplo homicídio. Oscar teve a prisão preventiva decretada após ser apontado como um dos envolvidos no crime.

Ele é filho do vereador de Caracol, Eyde Jesus Rodrigues Leite (PSL), que também foi preso ontem e está recolhido em uma cela da delegacia de Bela Vista. Entretanto, o advogado de Eyde, Marcelo Calvano, informou ao Campo Grande News que o vereador foi preso por porte ilegal de arma e que não teria envolvimento nas mortes.

Segundo Calvano, que também é vereador em Bela Vista, quando os policiais chegaram à casa de Eyde Leite à procura de Oscar Neto, encontraram um revólver calibre 357, de uso restrito. “A arma pertencia ao pai do Eyde, um revólver antigo. Estamos esperando o juiz voltar de Campo Grande para arbitrar a fiança. Até meio-dia de hoje [26] ele sai da prisão”, afirmou Marcelo Calvano.

Suspeito morto no Garras – Apesar de a polícia continuar em silêncio sobre o caso, o Campo Grande News apurou que Guilherme Gonçalves Barcelos, 31, encontrado morto ontem de manhã em uma cela do Garras, na Capital, também era suspeito de participação no assassinato de Betão e do investigador Anderson da Silva.

Guilherme teria se enforcado com uma calça jeans. Ele morava em Bela Vista e teve o mandado de prisão expedido pelo juiz da comarca, mas fugiu para Campo Grande e ficou hospedado em um hotel no Centro, onde foi preso por agentes da DEH, na noite de terça-feira (24).

Além de Oscar Neto, a reportagem apurou que outro morador da região de Bela Vista foi preso ontem e transferido para Campo Grande, mas sua identidade ainda é desconhecida.

Mata rindo – O Campo Grande News apurou que Oscar Neto já morou em Ponta Porã e é conhecido em toda a região de Bela Vista como pistoleiro frio. “Ele mata qualquer um dando risada”, disse um morador da região.

Ele e Betão seriam conhecidos e no dia da morte do pistoleiro e do policial civil os três teriam pescado juntos na região de Caracol. A suspeita é que Oscar tenha usado a pescaria como desculpa para preparar a emboscada.

Outra informação ainda não confirmada é de que Betão e o investigador Anderson estavam na região de Bela Vista para receber uma dívida, o que teria motivado a contratação de Oscar Neto e seus comparsas para eliminá-los.

Matador profissional – Alberto Aparecido Roberto Nogueira era considerado um dos maiores pistoleiros de Mato Grosso do Sul, a quem eram atribuídos várias mortes ocorridas no Estado e até fora dele.

Servidor da Secretaria Estadual de Fazenda por vários anos, cargo que manteve mesmo após todas as acusações e prisões, Betão era “respeitado” no submundo do crime, principalmente depois que trocou tiros em uma rua do Centro de Campo Grande, em julho de 2003, com os irmãos Hudson Ortiz e Hudman Ortiz, os dois policiais militares.

Os irmãos policiais estavam em uma moto e tentaram emboscar Betão para matá-lo. Mesmo com a caminhonete que dirigia em movimento, Betão alvejou os dois, matou Hudson e deixou Hudman ferido. Alberto Nogueira foi absolvido dos crimes, por legítima defesa. Hudman ficou paraplégico.

Na época, Betão já respondia por vários crimes e mesmo assim continuava lotado no governo de Mato Grosso do Sul. Em 2004, foi acusado de participar do assassinato do empresário Antonio Ribeiro Filho e do geólogo húngaro Nicolau Ladislau Erwin Haralyi.

O ex-deputado federal, ex-senador e ex-governador de Mato Grosso Júlio Campos foi formalmente acusado de ser o mandante das mortes. O motivo seria a disputa por terra em Aripuanã (MT).

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