Identificados fazendeiros presos por ataque armado a índios em junho
Os fazendeiros presos na manhã desta quinta-feira (18) pela Polícia Federal em Caarapó – a 283 quilômetros da Capital - foram identificados como Jesus Camacho, Vírgilho Mettifogo, Nelson Buainain Filho e Eduardo Yoshio Tomonaga, o “Japonês”. Segundo a PF, no total foram decretadas as prisões preventivas de cinco ruralistas, porém apenas quatro foram presos, pois o quinto, Dionei Guedin, está viajando.
A prisão dos fazendeiros faz parte da força-tarefa “Avá Guarani”, desencadeada para investigar o ataque armado que resultou em seis índios feridos a tiros e na morte do agente de saúde indígena Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza, 26. O atentado aconteceu no dia 14 de junho, após a invasão da fazenda Yvu.
Além deles, mais uma pessoa foi presa pelo porte ilegal de duas armas de fogo. Até o fechamento desta matéria, ele foi identificado apenas como Paulo Sérgio e seria funcionário do fazendeiro que ainda não foi preso. As armas foram encontradas em sua residência durante o cumprimento de mandados de busca e a apreensão.
Os ruralistas aguardam na carceragem da Polícia Federal, entretanto foi levantada a possibilidade de serem levados para o Presídio Estadual de Dourados - a 233 quilômetros de Campo Grande – pela falta de vagas na unidade policial.
O advogado dos fazendeiros, Felipe Azuma, que assumiu hoje o caso, disse que está se inteirando do inquérito para pedir o relaxamento da prisão. “Meus clientes estavam colaborando com as investigações e sempre que foram chamados para depor eles atenderam”, disse, ao enfatizar que considerou a prisão dos ruralistas como desnecessária.
Ainda segundo apurado, produtores rurais da região estariam organizando uma manifestação em frente a delegacia da Polícia Federal para protestar contra a prisão dos fazendeiros.
Ação - Os mandados de prisão preventiva determinados pela Justiça Federal em Dourados a pedido do MPF (Ministério Público Federal) foram cumpridos pela Polícia Federal.
“De acordo com as investigações, os fazendeiros teriam envolvimento direto com o ataque e podem incorrer nos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado”, afirma a assessoria do MPF.
Para o Ministério Público Federal, as prisões visam garantir a ordem pública e objetiva evitar novos casos de violência às comunidades indígenas da região – “que já sofreram novo ataque, em 11 de julho, o qual deixou outros três índios feridos, dois deles, adolescentes”.