Indígenas ampliam protesto e fazem 2º bloqueio na região sul
Outro ponto de interdição ocorre no km 17 da BR-463, no acesso ao aeroporto de Dourados
Outro ponto da BR-463 foi bloqueado por indígenas no início da tarde desta quarta-feira (3) entre Dourados e Ponta Porã. Desta vez a interdição ocorre na altura do km 17, no trevo de acesso ao Aeroporto Francisco de Matos Pereira, em Dourados.
Com pneus e galhos, eles bloquearam completamente a passagem de caminhões e veículos de passeio. Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão na rodovia para orientar os motoristas sobre o caminho alternativo pela MS-379 até o município de Laguna Carapã e depois pela MS-380 até retornar à BR-463.
O primeiro ponto de interdição, montado no início da manhã, ocorre na altura do km 53, no município de Ponta Porã. O bloqueio também é total e causou filas nos dois sentidos da rodovia. A concentração de veículos diminuiu após a PRF orientar sobre o desvio por Laguna Carapã.
De manhã, houve princípio de tensão quando motorista de uma caminhonete tentou pegar desvio por estrada de terra, mas foi cercado pelos indígenas e obrigado a voltar. Os policiais rodoviários federais tiveram de intervir para evitar confronto.
À PRF (Polícia Rodoviária Federal), as lideranças do movimento informaram que o bloqueio será mantido até 17h, em protesto contra a PEC 48/2023, em andamento no Senado. A Proposta de Emenda Constitucional estabelece no país a tese do marco temporal, rejeitada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado.
Entretanto, a ONG Aty Guasu deu outra versão para justificar os bloqueios. Em suas redes sociais, a entidade informou que os atos ocorrem em protesto pelo valor destinado pelo Governo Federal ao agronegócio por meio do Plano Safra 2024/2025, de R$ 500 bilhões, “enquanto valores ínfimos são destinados à demarcação de terras indígenas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva”.
Segundo a Aty Guasu, o objetivo é deixar recado do povo Guarani Kaiowá de que o Governo Lula está liberando meio trilhão de reais para “financiar o desmatamento e o envenenamento”, enquanto os povos indígenas recebem apenas “uns tostões” e as demarcações de terra, homologações e portarias declaratórias seguem travadas.
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