Inocência vive explosão populacional, mas enfrenta caos na telefonia e internet
Com iminente crescimento impulsionado pela Arauco, cidade esbarra na precariedade dos serviços de comunicação
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A cidade de Inocência, a 331 quilômetros de Campo Grande, passando por uma transformação sem precedentes. Com o investimento de US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25,1 bilhões) da multinacional chilena Arauco, a pacata cidade de 8.400 habitantes já viu sua população saltar para 13 mil moradores e deve atingir cerca de 32 mil pessoas circulando nos próximos anos. Com previsão de operação para o segundo semestre de 2027, a fábrica promete transformar a cidade em um polo econômico.
RESUMO
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A cidade de Inocência, em Mato Grosso do Sul, enfrenta um crescimento populacional acelerado devido ao investimento de US$ 4,6 bilhões da multinacional Arauco, que está construindo uma fábrica na região. A população local já aumentou de 8.400 para 13 mil habitantes e deve chegar a 32 mil nos próximos anos. No entanto, a cidade sofre com serviços precários de telefonia e internet, levando o Ministério Público a processar as operadoras Claro, Oi, Vivo e Tim por falhas constantes e baixa qualidade dos serviços, afetando setores essenciais como saúde, segurança e educação. Uma audiência foi marcada para discutir melhorias na infraestrutura de comunicação.
A previsão é de que o Projeto Sucuriú gere 14 mil empregos no pico das obras, trazendo um boom econômico e alterando radicalmente o perfil da região. No entanto, enquanto se prepara para essa nova realidade, a cidade ainda sofre com serviços de telefonia e internet extremamente deficientes, o que levou o Ministério Público Estadual a entrar com uma ação civil pública contra as operadoras.
Com o crescimento acelerado e a chegada de novos trabalhadores, a demanda por serviços de qualidade em telefonia e internet é cada vez maior. No entanto, a realidade em Inocência é de interrupções constantes no sinal de voz e uma internet móvel de baixa qualidade, que prejudica tanto o cotidiano da população quanto setores essenciais, como saúde, segurança e educação.
O Ministério Público apontou que as operadoras Claro, Oi, Vivo e Tim não oferecem um serviço adequado aos consumidores. Relatórios indicam falhas constantes no sinal, dificuldades de conexão com a internet e até mesmo a remoção de infraestrutura sem aviso prévio, como ocorreu com a Vivo em 2019, quando a empresa removeu uma ERB (Estação Rádio-Base) do Distrito de São Pedro sem comunicar os usuários.
Setores sensíveis como segurança pública são diretamente afetados. A Polícia Civil relatou dificuldades em consultas de placas de veículos e registros de ocorrências devido à lentidão e quedas constantes no sinal. O Batalhão da Polícia Militar também recebe queixas frequentes de munícipes sobre a impossibilidade de acionar o 190.
Na saúde, o Hospital Municipal enfrenta dificuldades na comunicação entre médicos e pacientes, e a Secretaria de Saúde reporta que agentes de saúde têm problemas para entrar em contato com os moradores devido à precariedade dos serviços.
No setor de educação, durante a pandemia, a situação se agravou. A Escola Municipal Cirilo Anoena da Costa relatou que alunos da zona rural foram prejudicados por não conseguirem acessar conteúdo online devido à baixa qualidade da internet móvel. Até mesmo a ACEI (Associação Comercial e Industrial de Inocência) informou que empreendedores sofrem prejuízos com a instabilidade da rede.
Diante dessa realidade, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul entrou com uma Ação Civil Pública contra as operadoras Claro, Oi, Vivo e Tim, exigindo melhorias na infraestrutura e um serviço condizente com as necessidades da população. A ação destaca que, mesmo sem compromissos formais com a Anatel para ampliação do serviço, as operadoras continuam comercializando planos sem oferecer a qualidade esperada.
Uma audiência de saneamento em cooperação entre as empresas de telefonia foi marcada para o dia 3 de junho deste ano, no Fórum de Inocência, para discutir o problema e cobrar providências. O MP argumenta que a expansão da cidade torna urgente a adoção de medidas para evitar um colapso nos serviços de comunicação, já que a previsão de crescimento populacional é expressiva.