Riedel confia em fim de briga para Eldorado ter nova fábrica
Governador falou sobre a “gigantesca” disputa e expectativa do fim do litígio para Eldorado aumentar produção
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A produção de celulose, com impacto na economia de Mato Grosso do Sul, foi um dos temas abordados ontem pelo governador Eduardo Riedel na entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Ele acabou falando sobre a disputa que se estende há mais de sete anos entre o Grupo J&F e a empresa Paper Excellence e disse torcer para o litígio ter logo desfecho para que uma nova planta seja instalada pela Eldorado, estabelecida em Três Lagoas.
RESUMO
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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, aguarda o desfecho da disputa judicial entre o Grupo J&F e a Paper Excellence pela Eldorado Celulose para que uma nova planta industrial seja instalada em Três Lagoas. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Riedel classificou o caso como a maior disputa privada do Brasil, que se arrasta há mais de sete anos. O litígio começou quando a J&F desistiu de concluir a venda para a Paper Excellence, faltando transferir pouco mais de 50% do negócio. O caso envolve múltiplas frentes judiciais, incluindo uma arbitragem favorável à Paper Excellence e questionamentos sobre a necessidade de autorização do Incra e Congresso para venda a estrangeiros. Riedel destacou ainda outros investimentos do setor no estado, como a nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o projeto da Arauco próximo a Inocência com investimento de R$ 22 bilhões, e a confirmação de uma unidade da Bracell.
Riedel lembrou que se trata de uma disputa “absolutamente privada”, tida como a maior do Brasil, com várias teses jurídicas, que o governo está esperando o encerramento. A confusão começou após desacerto comercial entre as duas. A J&F acabou não transferindo à Paper, empresa instalada no País por grupo estrangeiro, os cerca de 50% das ações faltantes.
Há várias frentes de disputa. Uma arbitragem foi favorável à Paper, com questionamentos no TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo); aqui no Estado tramita uma ação civil pública que questiona a transação pelo fato de a venda não ter sido antecedida por autorização do Incra e Congresso, o que é obrigatório quando estrangeiros querem adquirir terras no Brasil, e ainda há desdobramentos no CADE e nas cortes superiores. A Paper tem sustentado que não comprou terras, mas um empreendimento industrial, e mantida a lógica de proibir a aquisição traria insegurança jurídica para investidores.
Riedel disse que esse aspecto, sobre investimentos estrangeiros, não impacta a vinda de empreendimentos ao Estado.
Ele mencionou, ainda, os outros investimentos do setor, com a inauguração de fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, além de duas plantas que já tinha em Três Lagoas; o lançamento de obra de unidade da Arauco a cerca de 50 quilômetros de Inocência, em 9 de abril, em área que vem sendo preparada desde a metade do ano passado, e ainda a confirmação da Bracell de que vai instalar uma fábrica também no Estado. No caso da Arauco, serão investidos R$ 22 bilhões, mencionou o governador.
Segundo disse o governador, apostar nesse tipo de empreendimento está dentro da estratégia do Executivo de fomentar atividades que contribuam para o plano de alcançar o status de carbono neutro até 2030. Ele citou que as florestas de eucalipto ocupam áreas que eram de pastagens degradadas e as árvores ajudam a reter carbono na natureza. Além disso, mencionou que o resíduo de biomassa é transformado em energia, citando que pode gerar a quantidade consumida em uma cidade do porte de Campo Grande.
Nessa mesma linha, Riedel citou que o avanço do cultivo de grãos (soja e milho) para a produção de biocombustível indica a dedicação em ajudar na transição energética, que ele considera um ativo importante para o Brasil, na linha contrária da aposta em petróleo, um combustível fóssil.