Investigação conclui que comandante é culpado por naufrágio que matou 7
Investigação aponta que comandante não tomou medidas que poderiam ter evitado que barco virasse
A PC (Polícia Civil) de Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, e a Marinha do Brasil concluíram a investigação sobre o acidente com a embarcação Carcará, ocorrido na tarde do dia 15 de outubro do ano passado, que terminou na morte de sete pessoas. Para os órgãos, o comandante Vitor Celestino Francelino foi imprudente e culpado pelo naufrágio.
A investigação, com oitiva de nove sobreviventes e perícia minuciosa realizada pelos dois órgãos, aponta que o comandante - visto como experiente e que conhecia a região - não garantiu a segurança da navegação, deixando de consultar previsões meteorológicas, abarrancar e aguardar a melhora do tempo, medidas que poderiam ter evitado que o barco virasse.
Ele, inclusive, teria percebido ‘o tempo se formando’, pois foi até a praça de máquinas e aumentou a rotação do motor “visando chegar em Corumbá antes da tempestade que se aproximava, levando em conta que estavam a menos de 5 km de distância do ponto de atracação”, explica a Marinha.
“A causa determinante do emborcamento da embarcação Carcará foi a imprudência do sr. Vitor Celestino Francelino, Comandante, por, como principal de bordo, não ter buscado tomar conhecimento das previsões meteorológicas disponíveis antes de iniciar a singradura e durante a viagem, tentando chegar em Corumbá/MS, mesmo ciente dos evidentes sinais de mau tempo, como aumento da intensidade do vento, do estado do rio e da precipitação”, concluiu a Marinha.
Investigação - Marinheiros e passageiros foram ouvidos durante a investigação, o que abriu a possibilidade de falha humana. Já outros depoimentos apontam que pouco poderia ser feito por Vitor. Os passageiros ainda alegaram não terem escutado comentário a respeito das condições do tempo antes do acidente e que o comandante não havia feito uso de álcool ou drogas durante o período de navegação, que começou em 9 de outubro.
Tragédia - O barco naufragou durante chuva e ventos com rajadas de mais de 64 km/h, em Corumbá, na tarde de 15 de outubro de 2021. Ele pertence a uma associação chamada "Amigos do Rio", boa parte deles moradores da cidade de Rio Verde de Goiás.
No barco, estavam 21 pessoas, que participavam de um churrasco. Quatorze delas conseguiram se abrigar no casco da embarcação, que ficou de ponta cabeça. Entretanto, sete morreram. (Com colaboração de informações do site Olha Goiás)