Juiz mantém preso motorista que carregava droga: "conhecida rota do tráfico"
Delito foi praticado na fronteira do Brasil com o Paraguai, por onde ingressa grande parte do entorpecente
Em audiência de custódia, realizada na manhã deste domingo (29), a Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante de Paulo Cezar Portel, de 46 anos, flagrado transportando 28,2 toneladas de maconha, na última sexta-feira (27) na MS-156, em Amambai, distante 351 quilômetros de maconha.
A decisão é do juiz Daniel Raymundo da Matta. “O delito foi praticado em região de fronteira do Brasil com o Paraguai, em conhecida rota do tráfico de drogas, por onde ingressa grande parte da droga destinada ao território nacional. Por conta disso, a necessidade de prisão se torna ainda mais evidente como forma de se impedir a reiteração delitiva e desestimular a replicação da conduta proibida”, consta em trecho da audiência
Foi ressaltado ainda que o significativo valor de mercado da droga apreendida indica a possível atuação de uma organização criminosa ou de grupo de traficantes com elevado poder aquisitivo. “Neste contexto, a conduta praticada demonstra gravidade evidente e, ainda que em tese disponha de antecedentes ilibados e endereço fixo, é imperativo o decreto da prisão preventiva com o objetivo principal de garantir a ordem pública”, decidiu juiz.
Também foi autorizada a quebra de sigilo de dados do aparelho celular, apreendido com o motorista autuado, para ser utilizado posteriormente como elementos de prova, como o histórico de ligações e principalmente as conversas de WhatsApp.
Flagrante - A apreensão de 28,280 quilos de maconha foi a maior apreensão do ano, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). A droga estava escondida em carregamento de milho a granel, transportado em uma carreta com placa do Rio Grande do Sul.
Conforme o inspetor Waldir Brasil, chefe da Delegacia da PRF na região, a droga foi descoberta no âmbito de investigações sobre roubo de cargas, desencadeadas em conjunto com o SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados. O caminhoneiro informou que carregou o milho em Maracaju.
Na noite anterior, parou em Aral Moreira, cidade na linha internacional com o Paraguai, e entregou a carreta aos fornecedores, para que a droga fosse escondida em meio à carga lícita.Na delegacia, Paulo César disse que entregaria a carga entre Eldorado e Mundo Novo. O milho foi descarregado em uma cerealista.O prejuízo às organizações criminosas ultrapassa R$ 25 milhões.
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