Médicos tentam retirar intubação de transexual espancada por pai e filho
Existe a suspeita de que, caso recobre a consciência, ela tenha sequelas
Equipe médica deu início a protocolo para retirar gradualmente a intubação da transexual Claudinha, espancada por pai e filho em ataque transfóbico no último dia 6 de março, em Mundo Mundo. A vítima está internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Vida, em Dourados, e o quadro clínico é grave.
O Campo Grande News apurou que além de diversos ferimentos espalhados pelo corpo, Claudinha teve traumatismo craniano severo. Por conta disso, existe a suspeita de que, caso ela recobre a consciência, tenha sequelas em razão das lesões.
Como permanece estável, médicos começaram a fazer procedimento chamado de desmame ventilatório, que é a redução progressiva da intubação, que auxilia na respiração da paciente.
Ontem (14), um dos criminosos, um jovem de 21 anos que não teve o nome divulgado, se entregou na delegacia de polícia de Mundo Novo. O pai dele, de 57 anos, já havia sido preso na última sexta-feira (11).
O rapaz confessou a agressão ao ser interrogado pelo delegado João Cleber Dorneles, mas alegou que não tinha a intenção de matar a vítima. Segundo ele, não foi o pai que ajudou na agressão e sim, um amigo. O pai também negou o crime, afirmando que estava pescando no momento. As versões apresentadas serão investigadas.
O crime - Segundo informações da polícia, a tentativa de homicídio foi motivada por transfobia. “Claudinha”, como a vítima era conhecida, foi xingada e atacada por pai e filho dentro de uma tabacaria. Durante confusão, o homem disse que o estabelecimento não era lugar para pessoas como a transexual.
Para se defender, “Claudinha” reagiu deu uma garrafada no criminoso, que cortou o rosto e precisou receber atendimento médico. Depois de ser liberado do hospital, o homem e o filho passaram a procurar a vítima pela cidade.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que a dupla encontra a mulher trans. Ela corre para tentar se defender, mas é derrubada no chão. Na sequência, ela é brutalmente agredida por várias pauladas. A agressão só termina quando a mulher não esboça mais sinais de vida.