Mesmo com promessa, cidade se mobiliza para salvar obra de aeroporto
Os R$ 30 milhões cortados seriam para nova sala de embarque; secretário de Aviação Civil disse hoje que dinheiro está garantido
Mesmo com a afirmação feita hoje (18) em Campo Grande pelo secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, de que não haverá interferência na obra do aeroporto de Dourados, políticos e empresários da cidade vão cobrar apoio da bancada federal para impedir o corte de R$ 30 milhões em emendas parlamentares.
Reunião foi marcada para amanhã às 10h na Câmara de Vereadores entre representantes das classes política e empresarial e no final será elaborada carta a ser enviada aos deputados federais e senadores eleitos por Mato Grosso do Sul.
Na semana passada, o Ministério da Economia autorizou cancelamento de R$ 68,3 milhões em investimentos para Mato Grosso do Sul. Metade da verba cortada estava prevista para obras no aeroporto de Dourados. A manobra foi para cobrir gastos em outras áreas do governo.
“É importante e significativa para Dourados a manifestação pública do secretário nacional de Aviação Civil, mas vamos continuar vigilantes, porque sabemos das dificuldades do governo em manter compromissos assumidos com as diferentes regiões do país”, afirmou o presidente da Câmara Alan Guedes (DEM) , que encabeça a reunião de amanhã.
Segundo ele, para Dourados e os 33 municípios que formam o polo regional, a ampliação do aeroporto é estratégica. “Perder esses recursos seria prejuízo imensurável para a cidade”.
Corte afeta sala de embarque – Domingos Venturini, da diretoria do Aeroclube de Dourados e diretor de assuntos estratégicos da Aced (Associação Comercial e Empresarial), disse que reverter o corte é mais questão política do que técnica e cobra mobilização dos representantes da cidade.
“Basta vontade política. Vale lembrar que Ponta Porã teve o seu Aeroporto Internacional quando a região sul do Estado teve o senador Rachid Saldanha Derzi, que era de Ponta Porã”, disse ele ao Campo Grande News. Venturini também é professor universitário e piloto da aviação civil.
Segundo ele, a reforma do aeroporto tem duas frentes, uma tocada pelo Exército e prestes a começar, e a outra, com o dinheiro realocado na semana passada pelo governo.
“A obra inicial do aeroporto que será executada pelo Exército é na ordem de R$ 50 milhões, incluindo, pista, pátio de aeronaves e taxiway. O valor cortado é de emendas para a construção do terminal de passageiros. Se a prefeitura de Dourados se unir com o governo do Estado e pressionar a bancada do MS, pode reverter”, afirmou.
Para Domingos Venturini, sem esse dinheiro, a reforma do aeroporto ficaria incompleta. “O que vai ocorrer é que o Exército vai terminar o alargamento da pista, que passará de 30 para 45 metros e extensão de 1.960 para 2.200 metros, haverá pátio para três aeronaves de médio porte e taxiway, mas a estação de passageiros ficará pequena demais para receber voo com mais de cem passageiros”.