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Interior

MS recolhe DOF e Batalhão de Choque, mas PM segue protegendo sede de fazenda

“Vamos manter o policiamento até a saída dos produtores”, afirma titular da Sejusp

Por Aline dos Santos | 27/09/2024 10:29
Antonio Carlos Videira (ao centro) é titular da Secretaria de Justiça e Segurança. (Foto: Henrique Kawaminami)
Antonio Carlos Videira (ao centro) é titular da Secretaria de Justiça e Segurança. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) recolheu o efetivo do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) do Batalhão de Choque da área de conflito no município de Antônio João.

Mas vai manter o policiamento na sede da Fazenda Barra, onde o indígena Neri Ramos da Silva, de 23 anos, foi morto com tiro na cabeça pela PM (Policia Militar) em 18 de setembro.

“Agora, com esse acordo no Supremo Tribunal Federal nós vamos manter o policiamento na sede da Fazenda Barra, também com apoio da Força Nacional. Vamos manter o policiamento até a saída dos produtores”, afirma o titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira.

O secretário participou de entrevista coletiva nesta sexta-feira (dia 27), ao lado do governador Eduardo Riedel (PSDB), sobre o acordo histórico para indenizar fazendeiros e entrega de 9.317 hectares da área chamada de Nhanderu Marangatu aos guarani kaiowá.

“Tivemos cem policiais nos momentos mais tensos. Contando com o apoio da Força Nacional de Segurança”, diz Videira. Duas esquipes da PM vão fazer a segurança da sede da fazenda, enquanto outras vão revezar com a Força Nacional para patrulhar as estradas.

“Nós estamos atuando desde 23 de setembro do ano passado na área, por conta de uma decisão da Justiça Federal de Ponta Porã. Onde a Polícia Federal disse que não tinha condições e nem atribuições. Estamos garantindo a segurança na sede da Fazenda Barra”, lembra o secretário.

A Fazenda Barra pertence aos pecuaristas Pio Queiroz Silva e Roseli Ruiz, pais da advogada Luana Ruiz Silva, assessora especial da Casa Civil do governo de Mato Grosso do Sul.

Em setembro de 2023, a advogada  que atua em nome dos pais, entrou com ação de interdito proibitório na 1ª Vara Federal de Ponta Porã. A família Ruiz apontou que a terra estava na iminência de sofrer turbação (ação que impede ou dificulta o controle e o uso do bem pelo seu dono) pelos indígenas e solicitou que a posse da área fosse garantida pela PF (Polícia Federal).

O documento relatou que em 24 de setembro de 2023 houve invasão da Fazenda Morro Alto, e três dias após, outro subgrupo invadiu a Fazenda Fronteira. A promessa era que a próxima invasão fosse na Fazenda Barra, imóvel rural sob a posse de Pio e Roseli Ruiz.

O pedido foi negado em 27 de setembro pelo juiz federal Ricardo Duarte Ferreira Figueira. Porém, dois dias depois, em 29 de setembro de 2023, o mesmo juiz ordenou que as forças de segurança fossem proteger o local.

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