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Interior

Na UFGD, greve ameaça matrícula e compromete calendário acadêmico

Técnicos administrativos e professores da maior universidade pública do interior estão em greve há três semanas em Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 18/06/2015 10:28
Professores e administrativos da UFGD estão em greve desde o fim de maio e paralisação ameaça ano acadêmico (Foto: Eliel Oliveira)
Professores e administrativos da UFGD estão em greve desde o fim de maio e paralisação ameaça ano acadêmico (Foto: Eliel Oliveira)

A greve de professores e técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) completa três semanas nesta quinta-feira (18) e já ameaça o calendário acadêmico. Várias atividades estão interrompidas na unidade onde funciona a reitoria, no Jardim Universitário, e no campus localizado na Cidade Universitária.

O Campo Grande News apurou que até mesmo a matrícula dos estudantes do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), cujo período de inscrição começa amanhã e vai até o dia 23 deste mês. O Sisu é o sistema informatizado do Ministério da Educação pelo qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem.

Calendário interrompido – O comando de greve informou ao Campo Grande News que devido à greve a secretaria acadêmica pode não fazer a matrícula dos aprovados no Sisu. Além disso, o calendário acadêmico deve ser interrompido a pedido dos grevistas. A biblioteca também está fechada.

Na maior universidade pública do interior de Mato Grosso do Sul a maioria das aulas está suspensa desde o dia 29 de maio quando os professores entraram em greve. Em apoio aos docentes, os acadêmicos também deflagraram greve, segundo a assessoria da UFGD. Entretanto, a instituição não soube informar se 100% das atividades acadêmicas foram paralisadas, pois não fez um levantamento de quantos servidores aderiram à greve.

Alguns setores da universidade estão funcionando parcialmente, em sistema de rodízio e com horário especial, para não haver interrupção de atividades essenciais, como pagamento de bolsas estudantis, salário de funcionários e cumprimento de prazo de projetos.

A UFGD tem nove mil alunos, 517 professores e 950 técnicos administrativos, incluindo os servidores do HU (Hospital Universitário).

HU – Na segunda-feira (15), o Campo Grande News mostrou que a greve dos técnicos administrativos afeta o atendimento de saúde a moradores de Dourados e da região. O agendamento de cirurgias eletivas foi suspenso, apenas metade dos leitos está ocupada e os serviços de imagem e de laboratório foam reduzidos em 50%.

Na clínica médica, apenas 27 dos 50 leitos estão ocupados. Entretanto, a assessoria garantiu que o HU não está recusando pacientes, mas apenas reduziu as internações por não ter como atender a todos com menor contingente de servidores.

As UTIs adulto, neonatal e pediátrica, a Unidade de Cuidados Intermediários e Linha Materno-Infantil (Maternidade, Centro Obstétrico, Pediatria) ainda não foram afetadas pela greve.

Reivindicações – A greve de técnicos e docentes é nacional e atinge várias universidades federais do país.

Os administrativos reivindicam reposição salarial de 27,3%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salário, suspensão dos cortes orçamentos das instituições de ensino, fim da terceirização e melhoria de outros benefícios, como auxílio-alimentação.

As reivindicações nacionais dos docentes fazem parte de cinco eixos – defesa da universidade pública, condições de trabalho, autonomia das universidades, valorização salarial de ativos e aposentados e reestruturação da carreira dos docentes.

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