Com greve de servidores, HU reduz internações e suspende cirurgias
Hospital Universitário de Dourados parou de agendar cirurgias e dos 50 leitos, apenas 27 estão ocupados, mas assessoria nega recusa de pacientes
A greve dos técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e do HU (Hospital Universitário), iniciada no dia 29 de maio, já afeta o atendimento de saúde a moradores de Dourados e da região. O agendamento de cirurgias eletivas foi suspenso, apenas metade dos leitos está ocupada e partir de hoje os serviços de imagem e de laboratório serão reduzidos em 50%.
Em nota, a assessoria de comunicação do HU informou nesta segunda-feira ao Campo Grande News que desde 8 de junho não estão sendo agendadas cirurgias eletivas e apenas as que estavam marcadas estão sendo feitas.
“Na clínica médica (postos III e IV, onde há as internações), também em função da redução da força de trabalho por conta da greve, apenas 27 dos 50 leitos estão ocupados. Este número se aproxima de 50% - percentual ao qual o serviço seria reduzido, conforme o comando de greve. Cabe ressaltar que o HU não está recusando pacientes e, sim, reduziu as internações, pois não há como atender adequadamente a todos com menor contingente de servidores”, afirma a assessoria.
Conforme o hospital, entre os demais setores, alguns continuam funcionando integralmente, como UTIs adulto, neonatal e pediátrica, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e Linha Materno-Infantil (Maternidade, Centro Obstétrico, Pediatria).
“Nos outros setores, incluindo o administrativo, os servidores aderiram à greve e se organizaram em escalas de trabalho para que o atendimento se reduza, mas não se paralise totalmente”, diz a nota. A assessoria informou que o setor ambulatorial, onde são feitas as consultas, está funcionando normalmente.
Para a direção, até o momento as ações do movimento grevista estão “em conformidade com o que o grupo apresentou” ao Hospital Universitário de Dourados.
Greve – A UFGD e HU tem pelo menos 950 técnicos administrativos, mas o número de servidores em greve desde 29 de maio é desconhecido, já que o sindicato não divulga balanço do movimento. Entre os grevistas estão funcionários dos setores administrativos da universidade e do hospital e profissionais de nível superior.
Nesta segunda a coordenadoria de comunicação do Sintef (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais) informou que uma nota sobre a greve seria divulgada na página da entidade na internet, o que não ocorreu até 15h30.
Os administrativos reivindicam reposição salarial de 27,3%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salário, suspensão dos cortes orçamentos das instituições de ensino, fim da terceirização e melhoria de outros benefícios, como auxílio-alimentação.