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Interior

Neto diz que produtor rural não era agressivo, mas sofria de demência

Rapaz alega que avô “nunca encostou um dedo” na esposa, porém, acabou cometendo o crime por conta da doença

Ana Paula Chuva | 28/04/2023 14:33
Neto diz que produtor rural não era agressivo, mas sofria de demência
Henrique e Hilda estavam casados há 53 anos e para neto eram exemplo de amor. (Foto: Redes Sociais)

“Nunca encostou um dedo na minha avó”, disse Márcio Silvio, 30 anos, ao falar do produtor rural Henrique Vergílio Schupp, 95, encontrado morto junto com a esposa Hilda Aguilera Schupp, 76, na casa onde moravam na madrugada de quarta-feira (26), em Porto Murtinho, cidade a 431 quilômetros de Campo Grande.

Ao Campo Grande News, o bacharel em Direito contou que o avô era uma pessoa muito boa e amava muito a esposa. “Era um pilar para a família e para a cidade de Porto Murtinho”, no entanto, nos últimos anos, o produtor rural apresentou início de demência e tinha alguns momentos de agressividade por conta da doença.

“Ele tomava medicamentos, mas às vezes, tinha pequenos lapsos de memórias que nem eram reais, mas por conta da doença ele acreditava que eram verdade. Quando ele tinha as crises, ficava grosso e agressivo, mas não de agressividade física, ele jamais faria isso. Amava muito a minha avó. Quando meu pai falou de agressividade, ele quis dizer que ele era grosso e ríspido com as palavras”, explicou Márcio.

Segundo o rapaz, os avós sempre foram muito companheiros e felizes. Mas infelizmente, por conta da doença, a família acredita que o produtor tenha atirado na esposa e em seguida tirado sua própria vida, mas que isso não foi em “sã consciência”.

“Eles eram pais exemplares e avós impecáveis. Se amavam muito. Em seu juízo perfeito ele jamais faria isso, pois cuidava dela, se preocupava com ela e dizia que era para a família cuidar dela quando ele não estivesse mais aqui. Ela era o amor da vida dele, estavam casados há 53 anos”, pontuou Márcio.

Neto diz que produtor rural não era agressivo, mas sofria de demência
Movimentação das polícias Civil e Militar em frente a casa onde casal foi encontrado. (Foto: Folha de Murtinho)

Caso - Os corpos de Henrique e Hilda foram encontrados pelo filho do casal. A mulher estava no quarto e o produtor rural no corredor. Perto dele, havia uma arma de fogo calibre 357. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar também estiveram no local.

De acordo com o delegado Eudeni Soares, responsável pela investigação, o filho teria relatado que Henrique tinha sentimento de posse com a  esposa e que já havia mencionado interesse em matá-la e depois tirar a própria vida.

“Nós também ouvimos moradores que disseram que ouviram quatro disparos por volta das 3 horas da manhã e analisamos imagens de câmeras de segurança que mostram que não houve nenhuma movimentação externa na casa. Considerando todos os elementos, a princípio se trata de um crime de feminicídio seguido de suicídio”, disse Eudenir.

No entanto, a polícia agora espera o laudo da perícia e segue com investigações para esclarecer o crime. Segundo a imprensa de Porto Murtinho, Henrique teria atirado duas vezes contra Hilda e depois de aproximadamente meia hora teria efetuado mais dois disparos.

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