ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 13º

Interior

Nove anos após crime, Paraguai cobra condenação de assassino de jornalista

Wilson Acosta Marques está preso no Brasil e ainda não foi julgado pela morte de Pablo Medina

Por Helio de Freitas, de Dourados | 16/10/2023 09:28
O jornalista Pablo Medina, repórter do ABC Color assassinado há 9 anos (Foto: ABC Color)
O jornalista Pablo Medina, repórter do ABC Color assassinado há 9 anos (Foto: ABC Color)

Nesta segunda-feira (16) faz nove anos que o jornalista paraguaio Pablo Medina, 53, e sua assistente Maribel Antonia Almada Chamorro, 19, foram executados a tiros na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

Repórter investigativo do jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, Medina voltava de uma reportagem na zona rural de Villa Ygatimi, perto de Paranhos (MS), quando foi tocaiado na estrada. Ele e Antonia foram mortos a tiros de escopeta calibre 12 e de pistola 9 milímetros.

O crime foi encomendado pelo ex-prefeito de Ypehjú (cidade separada por uma rua de Paranhos), Vilmar Acosta Marques, o Neneco, após Pablo Medina publicar reportagens ligando a família do político ao narcotráfico.

Procurado pela Justiça paraguaia, Neneco foi capturado no dia 4 de março de 2015 entre os municípios de Caarapó e Juti, em Mato Grosso do Sul. Em dezembro de 2017, foi condenado a 39 anos de reclusão e cumpre pena no Paraguai.

Entretanto, os dois autores materiais do duplo assassinato estão presos no Brasil. Flavio Acosta Riveros, sobrinho de Neneco, foi condenado a 36 anos de reclusão pela morte de Pablo e Antonia. A sentença foi definida pelo Tribunal do Júri de Curitiba (PR), em fevereiro de 2021, seis anos após o pistoleiro ser preso em Pato Branco (PR).

Wilson Acosta Marques, tio de Flavio e irmão de Vilmar Acosta Marques, está preso em Mato Grosso. Ele foi capturado em 29 de março de 2020 em Campo Verde (MT).

O Ministério Público do Paraguai solicitou a extradição dos dois, mas os pedidos foram negados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelo fato de Wilson e Flavio terem dupla nacionalidade. A Constituição Federal impede a extradição de cidadãos brasileiros.

Hoje, o jornal ABC Color publicou extensa reportagem para lembrar os nove anos do assassinato de Pablo Medina e Antonia Almada e cobrar da Justiça brasileira o julgamento de Wilson Acosta Marques. Segundo o jornal paraguaio, o pistoleiro segue preso em Mato Grosso, onde será julgado em data ainda desconhecida.

Receba as principais notícias do Estado pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias