Novos vídeos mostram perigo de ponte "levadiça" que sobe 30 centímetros

Novos vídeos alertam para o perigo na ponte sobre o Rio Miranda, na divisa entre Anastácio e Bonito, na MS-345, nova ligação asfaltada entre Campo Grande e a cidade turística.

O problema acontece após a passagem de carretas bitrens. Os veículos pesados fazem a ponte de Águas do Miranda, distrito de Bonito, levantar quase 30 centímetros.

“Muito cuidado para passar aqui na ponte do Águas do Miranda, indo para Bonito. Quando um bitrem passa rápido, a ponte levanta e os carros pequenos que vão atrás podem sofrer acidente muito grave. É super perigoso a pessoa que está atrás bater e cair lá embaixo no rio”, diz uma mulher, em áudio que circula em grupos.

Morador chegou a medir com trena para mostrar o problema. Os veículos que vêm atrás das carretas batem na plataforma elevada. Teve carro com quatro pneus furados e radiador estragado.

“Isso aqui já foi reclamado, é uma tragédia anunciada. Esse carro passou atrás de duas carretas. A gente que é daqui sabe o que está acontecendo, ele não. Olha, teve os quatro pneus estourados devido a pancada que deu. A batida foi tão forte que saiu os airbags. Esse é só um que aconteceu, quantos mais vão precisar?”, afirma Rodolfo Souza Gonçalves, de 44 anos, que mora na região há 27 anos.

Inaugurada em 2 de julho, a pavimentação dos 100 quilômetros da MS-345, que começou em outubro de 2021, teve investimento de R$ 368 milhões. A distância entre Campo Grande e Bonito “encurta” 40 quilômetros na comparação com o caminho mais utilizado: BR-060, passando por Sidrolândia, Maracaju, Nioaque e Guia Lopes da Laguna.

Ontem (4), a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos ) informou que estava contratando, por inexigibilidade de licitação, inspeção detalhada da estrutura e o desenvolvimento do projeto executivo para a recuperação da ponte sobre o Rio Miranda, na MS-345.

“É importante destacar que as proximidades da ponte já contam com sinalização vertical, e a Agesul está reforçando a sinalização horizontal para aumentar a segurança dos motoristas. Há estudos em andamento para melhorias na estrutura da ponte”, detalhava a nota enviada ao Campo Grande News.

Nesta quinta-feira (5), a reportagem questionou sobre a manutenção da ponte, data de construção, valor do conserto, se há risco de queda e se haverá interdição. Mas não recebeu resposta. Equipe do Campo Grande News também foi à Agesul, no Parque dos Poderes, na Capital, não foi recebida pela direção do órgão e informada de que uma nota deve ser divulgada ainda durante a manhã.

Após a publicação da reportagem, chegou a informação de que a ponte, em Águas do Miranda, foi construída pelo Exército na década de 60. O problema, numa análise superficial, tem sido causado pelo tráfego intenso dos bitrens, veículos de transporte de minério. Na região, em Bonito, tem mineradora que utiliza a rodovia, recém pavimentada.

Equipe da Agesul vai se deslocar ao local para uma vistoria, ampliar a sinalização e redução da velocidade.

Matéria editada às 11h para acréscimo de informações. 

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